O papa Francisco denunciou, nesta segunda-feira (25), a "prepotência do invasor" na Ucrânia e na "Palestina", uma posição incomum contra a política israelense, uma semana depois de ter mencionado pela primeira vez as acusações de "genocídio" em Gaza.

Em um ato comemorativo pelos 40 anos do Tratado de Paz entre Chile e Argentina, o papa, de quase 88 anos, se referiu aos "numerosos conflitos armados em andamento".

"Simplesmente menciono dois fracassos da humanidade hoje: Ucrânia e Palestina, onde se sofre, onde a prepotência do invasor prevalece sobre o diálogo", disse o sumo pontífice, uma frase improvisada que não constava em seu discurso inicial.

Denunciando mais uma vez o comércio de armas, Jorge Bergoglio criticou "a hipocrisia de falar de paz e brincar de guerra". "O diálogo deve ser a alma da comunidade internacional", afirmou diante de diplomatas e representantes religiosos.

Francisco reza frequentemente pelas populações de Gaza e da Ucrânia, "martirizadas", e pela libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas após o ataque do movimento islamista palestino em 7 de outubro de 2023.

O jesuíta argentino já havia denunciado em setembro o uso "imoral" da força no Líbano e em Gaza. Porém, esta é a primeira vez que o chefe da Igreja Católica denuncia publicamente a política israelense nos territórios palestinos.

As declarações ocorrem uma semana após a publicação de um livro em que Francisco pede para "investigar com atenção" se a situação em Gaza corresponde à "definição técnica" de genocídio.

A Santa Sé reconhece desde 2013 o Estado da Palestina, com o qual mantém relações diplomáticas e apoia a solução de dois Estados.

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