O exército do Líbano afirmou, nesta quarta-feira (27), que começou a reforçar sua presença no sul do país, após o anúncio do primeiro-ministro, Najib Mikati, sobre uma decisão do governo neste sentido, graças ao acordo de cessar-fogo entre o Hezbollah e Israel.

"O exército começou a reforçar sua presença no setor localizado ao sul do rio Litani e a estender a autoridade do Estado em coordenação com a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil)", disse o exército em um comunicado. Um jornalista da AFP viu tropas e veículos militares nesta quarta-feira em duas áreas do sul do Líbano.

Por sua vez, o movimento pró-iraniano Hezbollah afirmou que cooperará com o Estado libanês no deslocamento do exército para o sul do país, na região da fronteira com Israel, conforme declarou nesta quarta-feira à AFP um deputado do movimento.

Do vilarejo de Bint Jbeil, perto da fronteira com Israel, o deputado Hassan Fadlallah garantiu que o Hezbollah oferecerá ao governo de Beirute "cooperação total" no deslocamento de reforços do exército para o sul.

O parlamentar garantiu que o movimento não possui "armas visíveis" nem "bases" na região, embora tenha esclarecido que os membros do Hezbollah são "filhos dos povos" do sul do Líbano e que "ninguém" será capaz de afastá-los de lá.

O cessar-fogo entrou em vigor nesta quarta-feira, após dois meses de guerra aberta, nos quais Israel bombardeou centenas de alvos do Hezbollah no sul do país e em Beirute, especialmente, onde também matou, no final de setembro, o líder histórico do movimento, Hassan Nasrallah. 

Questionado sobre as condições do cessar-fogo, que prevê o deslocamento do exército libanês para o sul do país, Fadlallah respondeu que a questão está relacionada com "as medidas do Estado", e prometeu que, por parte do Hezbollah, haverá "cooperação total" a esse respeito.

Bint Jbeil, a pouco mais de três quilômetros da fronteira com Israel, é um símbolo de "resistência" para o Hezbollah, já que foi palco de importantes confrontos entre soldados israelenses e militantes do movimento na guerra travada entre ambas as partes no verão de 2006.

Foi também lá que Nasrallah pronunciou, no ano de 2000, o discurso da "libertação", após a retirada israelense do sul do Líbano, depois de 22 anos de ocupação.

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