Os advogados do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitaram à procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que anule, "pelo bem do país", a multa de cerca de US$ 454 milhões (R$ 2,64 bilhões) imposta ao magnata e a vários de seus familiares por fraude financeira.

"Escrevemos para solicitar que o caso (...) contra o presidente Donald J. Trump, sua família e suas empresas seja totalmente arquivado, e que a sentença seja anulada, assim como todas as ações judiciais contra ele", afirma a carta dirigida a Letitia James, redigida pelo advogado John Sauer e publicada pela imprensa local.

Trump e sua família foram condenados, em fevereiro, a pagar US$ 454 milhões em multa, após serem declarados culpados de fraude financeira por meio de seu império imobiliário, a Trump Organization.

Tanto o agora presidente eleito quanto seus filhos Donald Jr. e Eric Trump apelaram da sentença.

O advogado, que foi nomeado por Trump como representante do governo perante a Corte Suprema, menciona a "vitória histórica" nas eleições presidenciais de 5 de novembro e a necessidade de pôr fim à polarização do país.

"Você tem a oportunidade de ajudar a curar essa divisão", afirmou o advogado à procuradora afro-americana, membro do Partido Democrata, que, em outubro de 2022, apresentou uma demanda civil contra os Trump e a empresa familiar, que resultou em um julgamento na Suprema Corte do Estado de Nova York.

Os Trump foram declarados culpados em fevereiro de inflar o valor de suas propriedades para obter condições mais favoráveis em empréstimos e seguros.

O pedido para anular a condenação ocorre no contexto de uma série de vitórias jurídicas do magnata após o resultado eleitoral, criando uma situação inédita, já que, em mais de meio século, o Departamento de Justiça nunca processou um presidente em exercício.

O juiz de Manhattan responsável pelo caso da compra do silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels adiou indefinidamente, na semana passada, a sentença que seria anunciada em 26 de novembro, enquanto analisa uma moção da defesa de Trump para arquivar o caso.

Uma juíza também encerrou esta semana outro caso de interferência eleitoral, após as recomendações do procurador especial Jack Smith para arquivar esse e outro caso que poderia levar o magnata ao banco dos réus por ter levado documentos confidenciais ao deixar a Casa Branca em 2021.

"Este caso merece o mesmo tratamento", escreveu Sauer.

O magnata republicano tem repetido ser vítima de "uma caça às bruxas" da "máfia democrata".

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