O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (28) que não sabia que a ex-líder alemã Angela Merkel tinha "medo de cachorro", recordando um famoso incidente em 2007, quando a assustou ao deixar o seu labrador entrar na sala durante uma reunião. 

Em uma visita ao Cazaquistão, Putin foi questionado por um jornalista sobre este episódio, que Merkel descreveu nas suas memórias publicadas esta semana como uma "demonstração de poder". 

"Como disse a Merkel, não sabia que tinha medo de cachorros", respondeu Putin. 

"Se soubesse, nunca o teria feito. A minha intenção era, pelo contrário, criar um ambiente descontraído e agradável", insistiu o presidente russo, provocando sorrisos entre alguns dos jornalistas presentes. 

"Digo novamente a ela: Angela, me perdoe, não queria lhe causar desconforto", acrescentou Putin.

Em 2007, durante negociações em Sochi, no sul da Rússia, com a então chanceler alemã, Putin permitiu subitamente que o seu labrador preto entrasse na sala. 

O cachorro, chamado Konni, aproximou-se de Merkel para cheirá-la. A fobia de cães da líder alemã, que remonta à sua juventude, quando foi mordida, era amplamente conhecida. 

Uma foto desse encontro, que se tornou icônica, mostra o grande cão preto no meio da sala, enquanto Merkel, visivelmente perturbada, encara o animal e Putin observa a cena com um sorriso nos lábios. 

Merkel não tem a mesma lembrança deste momento. 

Nas suas memórias, ela afirma que Putin "gostou da situação" e provavelmente quis "mostrar o seu poder" ou colocá-la "sob pressão".

"Fique tranquila, concentre-se nos fotógrafos, isso não vai durar muito", ela repetia para si mesma na época. 

Merkel também afirma que Putin sabia perfeitamente de sua fobia.

O presidente russo é um grande amante dos animais. Segundo Merkel, a sua equipe pediu expressamente ao Kremlin que Putin não levasse o seu cachorro para as reuniões. 

No primeiro encontro deles em Moscou, em 2006, Putin teria respeitado esse pedido e, em vez de levá-lo, deu a ela um cachorro de pelúcia preto e branco. 

"Ele me disse que não morderia", lembra Merkel.

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