O tribunal de Nuuk, capital da Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, decidiu, nesta segunda-feira (2), prorrogar a prisão provisória do militante ecologista Paul Watson, à espera da decisão do governo dinamarquês sobre o processo de extradição do Japão sobre seu combate contra navios baleeiros.
"O tribunal da Groenlândia decidiu hoje que Paul Watson seguirá preso até 18 de dezembro de 2024 para garantir sua presença no marco do processo de extradição", indicou a polícia em um comunicado.
Este prazo é um pouco menor que o de quatro semanas pedido pelo Ministério Público, ou seja até 30 de dezembro. Watson, que foi preso em 21 de julho, entrou com recurso.
Para Watson e sua equipe, o processo de extradição em curso e sua prisão provisória não têm "nada a ver com o que ocorreu em 2010".
"Trata-se de um assunto muito político", disse, ao sair da audiência, o americano-canadense, que completa 74 anos nesta segunda-feira.
O Japão tem "vergonha de que exponhamos ao mundo suas atividades ilegais de caça de baleia. Querem se vingar", acrescentou.
Fundador do Sea Shepherd e da fundação de defesa dos oceanos que leva seu nome, Watson foi preso enquanto se dirigia com seu barco, o "John Paul DeJoria", para interceptar um baleeiro japonês.
O Japão solicitava sua extradição desde 2012, acusando-o, segundo seus advogados, de "obstrução de atividade comercial" e de ser coparticipante de danos e lesões durante confrontos com um baleeiro japonês no oceano Antártico, em 2010.
O arquipélago japonês é, ao lado de Noruega e Islândia, um dos três últimos países do mundo que pratica a caça comercial de baleias.
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