Israel e Hezbollah se acusaram, nesta segunda-feira (2), de violar a trégua acordada após dois meses de guerra, depois de o movimento libanês pró-iraniano reivindicar um primeiro ataque contra uma posição militar dos israelenses, que prometeram responder.
O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, aliado do Hezbollah, afirmou que Israel violou "pelo menos em 54 ocasiões" o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor no dia 27 de novembro.
Berri também fez um apelo ao comitê encarregado de monitorar a trégua, que inclui Estados Unidos e França, para "começar urgentemente suas ações e obrigar Israel a pôr fim às suas violações e a se retirar" do território libanês.
Israel rejeitou imediatamente essas acusações. "Os disparos do Hezbollah contra Har Dov constituem uma grave violação do cessar-fogo, e Israel responderá com contundência", declarou em um comunicado o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, referindo-se a uma zona disputada na fronteira entre Israel e Líbano.
"Ouvi dizer que Israel está violando o acordo de cessar-fogo no Líbano", disse por sua vez o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar.
"Pelo contrário, Israel está fazendo cumprir o acordo" em resposta "às violações do Hezbollah que exigem uma ação imediata", insistiu.
O movimento libanês reivindicou nesta segunda-feira disparos contra uma posição israelense nas "colinas ocupadas de Kfar Shouba", que o Líbano reclama como parte de seu território.
O ataque foi "uma primeira resposta defensiva" às "violação" da trégua por parte de Israel, disse em um comunicado.
O exército israelense afirmou, por sua vez, que o Hezbollah havia disparado "dois projéteis" contra suas posições.
- Bombardeios em plena trégua -
"Prometemos agir contra qualquer violação do cessar-fogo, e é exatamente isso que faremos", declarou o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz.
Haverá uma "resposta contundente" aos disparos do Hezbollah "contra um posto [do exército israelense] no monte Dov", escreveu na rede social X, o nome israelense para as Fazendas de Shebaa, na fronteira entre o Líbano e a meseta síria do Golan, anexada por Israel.
Desde a entrada em vigor da trégua, vários bombardeios israelenses foram registrados no Líbano. O Hezbollah, até o momento, não havia anunciado nenhuma resposta.
Um drone israelense foi direcionado nesta segunda-feira contra um posto do exército libanês em Hermel, uma região do vale de Bekaa, no leste do Líbano, uma área muito distante da fronteira com Israel. O ataque deixou um ferido entre os militares, segundo o exército.
Um homem morreu em um bombardeio israelense com drone no povoado de Maryayún, no sul do Líbano, informou o Ministério da Saúde.
O acordo de cessar-fogo, promovido pelos Estados Unidos e França, colocou fim a dois meses de guerra aberta entre Israel e Hezbollah.
O pacto prevê a retirada do exército israelense do Líbano em um prazo de 60 dias.
Os soldados israelenses invadiram o sul do país em 30 de setembro, uma semana depois de lançar uma campanha de bombardeios massivos contra o movimento islâmico libanês.
O acordo também prevê que o Hezbollah se retire para o norte do rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira, e desmantele sua infraestrutura militar no sul do Líbano.
A formação libanesa abriu uma "frente de apoio" ao movimento islamista palestino Hamas após o ataque inédito contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, o qual desencadeou a guerra em Gaza.
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