Os partidos governistas de centro-direita Fianna Fáil e Fine Gael ficaram a apenas uma cadeira de alcançar a maioria legislativa na Irlanda, com a conclusão, nesta segunda-feira (2), da contagem dos votos das eleições realizadas na sexta-feira.
Com todas as 174 cadeiras da câmara baixa do Parlamento atribuídas, o Fianna Fáil liderou com 48 assentos, à frente do principal partido de oposição, o nacionalista de esquerda Sinn Féin, que conquistou 39, enquanto o Fine Gael ficou em terceiro lugar com 38.
Enquanto isso, o apoio ao Partido Verde – terceiro parceiro da coalizão do governo anterior – caiu drasticamente, e a extrema direita não conseguiu eleger nenhum representante.
Os Verdes garantiram apenas 3% dos votos, em comparação aos 7% obtidos nas eleições de 2020. Somente o líder do partido, Roderic O'Gorman, conseguiu manter sua cadeira, enquanto os outros 11 membros da bancada perderam seus assentos.
O'Gorman admitiu estar "muito nervoso" quanto ao futuro de algumas políticas ambientalistas promovidas por sua legenda no governo.
Apesar de seu sucesso em implementar políticas em prol do meio ambiente, o partido também foi associado ao aumento de impostos sobre combustíveis, em um momento em que o custo de vida se tornou uma preocupação central para os eleitores.
A eleição também foi marcada pelo fracasso dos candidatos de extrema direita em alcançar o Parlamento, mesmo diante de uma crescente preocupação com a imigração.
A Irlanda continua sendo um dos poucos países da União Europeia sem um partido de extrema direita consolidado.
No entanto, o sentimento antimigração crescente gerou protestos em comunidades da classe trabalhadora e rurais, alguns dos quais resultaram em violência.
Ainda assim, o voto ultranacionalista ficou fragmentado entre vários pequenos partidos e candidatos independentes.
"Havia tantos candidatos antimigração que os votos se dividiram entre eles", comentou à AFP Eoin O'Malley, cientista político da Universidade da Cidade de Dublin.
pmu-ctx/ial/tmt/rr/mas/am