O governo da Nicarágua fechou, nesta quarta-feira (4), dez ONGs, cinco delas religiosas, totalizando cerca de 5.600 organizações deste tipo que tiveram seus registros cancelados desde os protestos de 2018 contra o presidente Daniel Ortega. Os decretos foram publicados no Diário Oficial do país.

Oito das dez ONGs foram fechadas "por estarem em descumprimento de suas obrigações" e "não promoverem políticas de transparência na administração dos fundos", e as outras duas por "dissolução voluntária".

Entre as ONGs fechadas, estão cinco de caráter religioso.

Ortega, um ex-guerrilheiro de 79 anos que governou a Nicarágua na década de 1980 e está no poder desde 2007, endureceu as leis contra as ONGs em 2024 e estabeleceu que elas só podem atuar no país por meio de "alianças de associação" com entidades estatais.

O governo sustenta que as ONGs e a Igreja Católica apoiaram as manifestações de 2018, que deixaram mais de 300 mortos, segundo a ONU, e que presidente considerou uma tentativa de golpe de Estado patrocinada por Washington.

De acordo com um estudo publicado em outubro pelo coletivo de direitos humanos Nicarágua Nunca Mas, que atua no exílio na Costa Rica, o governo de Ortega havia fechado até então 5.571 ONGs desde 2018.

Com estas dez e outras fechadas desde outubro, a soma é de aproximadamente 5.600, das quais 1.250 eram religiosas.

apg/mis/db/jb/yr