O assessor de segurança nacional do presidente Joe Biden alertou, nesta quarta-feira (4), que os Estados Unidos poderiam ficar rapidamente sem munições em uma guerra contra a China, ao mesmo tempo em que pediu uma produção mais sustentável de material de defesa.
Jake Sullivan fez um apelo à administração de Donald Trump para que mantenha o aumento da indústria nacional de defesa impulsionado pela guerra na Ucrânia.
"Deus nos livre de acabar em uma guerra em grande escala com a RPC", disse Sullivan, referindo-se à República Popular da China.
"Mas qualquer guerra com um país como a RPC, um exército como o da RPC, vai implicar o esgotamento dos arsenais de munições muito rapidamente", afirmou no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
"Uma grande parte da resposta a uma base industrial de defesa saudável ao longo do tempo é a capacidade de regenerar, aumentar, construir durante um conflito, não apenas construir antes ou se preparar para um conflito", apontou.
Sullivan pediu ao Congresso e à administração Trump que continuem trabalhando em uma proposta de Biden para criar um fundo rotativo de munições.
O fundo, proposto em US$ 500 milhões (R$ 3 bilhões, na cotação atual) por ano, permitiria ao Pentágono adquirir munições críticas, mesmo quando se esgotassem devido a guerras como a da Ucrânia.
Sullivan reconheceu que haverá um debate na próxima administração sobre o tamanho do orçamento de defesa, mas disse que era fundamental manter os esforços para impulsionar uma base militar-industrial que se atrofiou após o fim da Guerra Fria, quando os Estados Unidos não viam nenhum competidor próximo.
A equipe de Trump deixou claro que não está entusiasmada com os bilhões de dólares em armas dos Estados Unidos para a Ucrânia e tem falado sobre forçar um acordo rápido com a Rússia.
Os assessores de Trump, especialmente o vice-presidente eleito J.D. Vance, afirmaram que os recursos dos Estados Unidos estariam melhor empregados na luta contra a China.
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