Donald Trump atribuiu a si o crédito pela cotação do bitcoin superar os 100 mil dólares (604.000 reais) nesta quinta-feira(5), um mês depois que o magnata, que lançou sua própria plataforma de criptomoedas, venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos. 

"PARABÉNS BITCOINERS!!! $ 100.000!!! De nada!!! Juntos tornaremos a América grande novamente!", escreveu o presidente eleito, que retornará à Casa Branca em 20 de janeiro, em sua rede Truth Social.

Às 13h25 GMT (10h25 em Brasília), a criptomoeda estava cotada a 103.192,25 dólares (617.533,38 reais). Em 5 de novembro, dia da eleição americana, valia pouco mais de 69.000 dólares (417.000 reais).

Desde então, as criptomoedas dispararam. O último empurrão foi dado por Trump na quarta-feira, quando anunciou a intenção de nomear alguém próximo deste setor para chefiar a SEC, a agência reguladora dos mercados financeiros dos Estados Unidos.

Horas antes das palavras de Trump, o bitcoin superou a barreira dos 100.000 dólares, algo totalmente improvável no momento da criação da moeda, há 16 anos.

Depois de chamar as criptomoedas de fraude em seu primeiro mandato (2017-2021), Trump mudou o tom durante a campanha eleitoral. Agora ele promete que fará dos Estados Unidos "a capital mundial do bitcoin e das criptomoedas". 

Esta virada de 180 graus deve-se ao fato de boa parte da sua campanha ter sido financiada por empresas deste setor.

- O último empurrão -

O preço do bitcoin disparou mais de 8% após o anúncio de Trump na quarta-feira da futura nomeação do advogado republicano Paul Atkins, favorável ao desenvolvimento das criptomoedas, para comandar a SEC. 

O nome de Atkins "inflamou a comunidade cripto, reforçando o otimismo dos investidores em um cenário regulatório mais flexível" e "uma abordagem tolerante ao crescente mercado de ativos digitais", resume Stephen Innes, analista da SPI Asset Management.

No ano passado, Atkins criticou publicamente os diretores da SEC pela falta de versatilidade diante das empresas do setor das criptomoedas e os acusou de afastar os empreendedores do mercado americano.

O recente pedido de demissão do presidente da SEC, Gary Gensler, visto como inimigo do setor, já havia impulsionado o preço das moedas digitais.

A valorização nas últimas semanas também foi alimentada pela possibilidade de Trump criar uma secretaria de criptomoedas. Ele chegou a lançar a ideia de criar uma reserva estratégica de bitcoins nos Estados Unidos com os tokens apreendidos pela Justiça, o que legitimaria ainda mais a moeda.

No ano passado, Atkins criticou publicamente os diretores da SEC pela falta de versatilidade diante das empresas do setor das criptomoedas e os acusou de afastar os empreendedores do mercado americano.

"Paul é um líder comprovado em regulamentações de bom senso (...). Reconhece que os ativos digitais e outras inovações são cruciais para tornar os Estados Unidos ainda maiores", escreveu Trump na Truth Social.

- El Salvador -

Muitas empresas relacionadas com as criptomoedas viram uma disparada de seus preços após as eleições americanas, como a fornecedora de serviços bitcoin MicroStrategy ou a plataforma de comercialização Coinbase.

O dogecoin, uma criptomoeda criada originalmente como uma piada e que Elon Musk promove desde 2019, também foi muito valorizada.

"Wow!", postou Musk em sua rede social X após a notícia de que o bitcoin havia superado a marca de 100.000 dólares.

Em setembro de 2021, El Salvador se tornou o primeiro país do mundo a adotar o bitcoin como uma de suas moedas legais, mas a criptomoeda não convenceu a população.

O bitcoin nasceu em 2008 com o sonho de escapar do controle das instituições financeiras.

Para concretizar o objetivo, seu misterioso criador, conhecido apenas pelo pseudônimo de Satoshi Nakamoto, utilizou uma tecnologia, a 'blockchain', que registra as transações de forma descentralizada e infalsificável graças a uma rede de computadores espalhados por todo o mundo.

Embora a operação tenha sido um sucesso, o bitcoin, como as outras criptomoedas, esteve envolvido em vários escândalos financeiros. Também é acusado de ser utilizado para lavar dinheiro e é a moeda preferida dos hackers.

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