O primeiro-ministro do Catar disse neste sábado que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos oferece um novo "impulso" para negociar uma trégua em Gaza, conversações que poderiam ser retomadas "muito provavelmente" na próxima semana, segundo uma fonte próxima ao Hamas.

"Sentimos, após a eleição, que está se recuperando o impulso" para negociar uma trégua na Faixa de Gaza, cenário de uma guerra entre o exército israelense e o movimento islamista palestino Hamas, afirmou Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani durante o Fórum de Doha para o Diálogo Político.

Segundo o ministro catari, houve "um grande incentivo da futura administração para alcançar um acordo, mesmo antes de o presidente assumir o cargo".

Uma fonte próxima à delegação do Hamas nas negociações, que pediu para não ser identificada, disse que as conversações podem ser retomadas na próxima semana.

"Em vista dos contatos com os mediadores, esperamos que uma nova rodada de negociações comece no Cairo, muito provavelmente nesta semana, para discutir ideias e propostas sobre um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros palestinos" detidos em Israel por reféns mantidos em Gaza.

O Catar atuou como mediador, ao lado dos Estados Unidos e do Egito, no conflito para conseguir um cessar-fogo e uma troca dos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Em novembro, no entanto, Doha anunciou a interrupção da mediação, depois de acusar o Hamas e Israel de "falta de vontade e seriedade".

Mas na quinta-feira, uma fonte próxima às negociações indicou que o emirado do Golfo havia "retomado a mediação".

A guerra na Faixa de Gaza começou com o ataque de milicianos do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, quando os combatentes sequestraram 251 pessoas, incluindo 96 que permanecem em Gaza. Do grupo, 34 estariam mortos, segundo o exército israelense.

No ataque, os combatentes islamistas mataram 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses que incluem as mortes de alguns reféns capturados pelo Hamas.

A ofensiva de represália israelense matou mais de 44.600 pessoas em Gaza, segundo os dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

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