O Ministério do Interior britânico anunciou, nesta segunda-feira (9), em um comunicado, a suspensão temporária da análise dos pedidos de asilo de cidadãos sírios no Reino Unido, após a queda do presidente do país asiático, Bashar al Assad.

"O Ministério do Interior colocou em pausa as decisões sobre as solicitações de asilo sírias enquanto avaliamos a situação atual" no país, diz o comunicado.

Vários países europeus fizeram anúncios semelhantes nesta segunda. A Áustria chegou a declarar que foram dadas instruções para "preparar um programa ordenado de repatriação e deportação para a Síria".

O Ministério do Interior britânico acrescentou que mantém "todas as diretrizes relacionadas aos pedidos de asilo sob constante revisão para que seja possível responder às questões que surgirem".

A chegada de migrantes tornou-se uma questão sensível na Europa, especialmente desde a crise migratória de 2015, com a chegada de dezenas de milhares de refugiados, incluindo muitos sírios, fugindo da guerra em seu país.

Os países da União Europeia (UE) e o próprio Reino Unido registraram, paralelamente, um aumento no apoio a partidos de extrema direita, impulsionados por uma retórica anti-imigrante, como o britânico Reform UK, liderado por Nigel Farage.

A suspensão dos pedidos de asilo em andamento ocorreu horas após uma coalizão de rebeldes liderada pela organização islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS) tomar Damasco e encerrar cinco décadas de domínio da dinastia Assad.

A Síria estava imersa em uma guerra civil desde 2011, quando o governo de Assad reprimiu brutalmente uma onda de protestos pacíficos, o que desencadeou um conflito que deixou 500 mil mortos e obrigou metade da população a fugir de suas casas.

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