Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (9) sanções econômicas contra o sogro do presidente sírio deposto, Bashar al-Assad, um dia após sua suposta fuga para a Rússia na sequência da tomada de Damasco pelos rebeldes.

A saída abrupta de Assad encerrou cinco décadas de domínio do clã Assad, que governou com mão de ferro um país devastado por uma das guerras mais letais do século.

Assad supervisionou a repressão ao movimento pró-democracia iniciado em 2011, desencadeando uma guerra civil que deixou 500 mil mortos.

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês), ligado ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, acusou Fawaz al Akhras de "ajudar materialmente, patrocinar ou fornecer apoio financeiro, material ou tecnológico [...] a Bashar al Assad".

O pai da ex-primeira-dama síria, Asma al Assad, "prestou apoio" em "questões financeiras, evasão de sanções e nos esforços de Bashar al Assad para obter apoio político internacional", afirmou o Ofac.

Fawaz al Akhras nasceu na cidade síria de Homs, em setembro de 1946, e possui dupla cidadania, síria e britânica, segundo a lista de pessoas sancionadas do Tesouro.

Formado em cardiologia, ele exerceu a medicina em Londres, onde sua filha Asma nasceu. Ele já havia sido sancionado pelos Estados Unidos em 2020, junto com Asma, sua esposa Sahar e outros familiares.

As sanções incluem o congelamento de ativos nos Estados Unidos e proíbem empresas e cidadãos americanos de fazer negócios com os sancionados.

O Ofac também impôs sanções econômicas ao Comitê Nacional Huthi para Assuntos de Prisioneiros, que "administra prisões huthis no Iêmen", e ao seu chefe, Abdulqader al Murtadhad.

Segundo a ONU, "em uma das prisões, conhecida como Exchange House, em Sanaa, os prisioneiros são sistematicamente submetidos a tortura e outras formas de tratamento ou punição cruel, desumana ou degradante pelos funcionários penitenciários", afirmou o Tesouro.

Entre os detidos estão "antigos membros da equipe da embaixada local dos Estados Unidos, funcionários da ONU, trabalhadores humanitários e jornalistas", muitos dos quais "presos arbitrariamente", incluindo "menores de idade".

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