O presidente francês, Emmanuel Macron, reunirá, na terça-feira, os partidos dispostos a formar um "governo de interesse geral", em plena crise política que provocou a queda do primeiro-ministro conservador Michel Barnier na semana passada, indicou o gabinete presidencial nesta segunda-feira (9).
"Ao término das consultas mantidas desde sexta-feira, o presidente convidou (...) todos os partidos políticos que se declararam dispostos a comprometer-se a formar um governo de interesse geral ou a tornar tal governo possível", comunicou a presidência.
A reunião, prevista para as 13h00 GMT (10h00 em Brasília) no Palácio do Eliseu, sede presidencial, não terá a presença do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) nem da formação de esquerda radical A França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), que não foram convidados, segundo o gabinete.
Macron tem como objetivo tirar a França da crise política na qual a submeteu em junho, quando convocou eleições legislativas antecipadas ante a vitória da extrema direita na votação para o Parlamento Europeu em seu país.
A medida deixou a Assembleia Nacional (Câmara baixa) sem maiorias claras e dividida em três blocos irreconciliáveis: esquerda, centro-direita e extrema direita. O presidente não pode voltar a dissolvê-la até julho.
Contudo, aumenta a pressão para que o mandatário centro-direitista indique um novo primeiro-ministro, depois que os outros blocos travaram Barnier quando tentava aprovar o orçamento para 2025, com o qual buscava reduzir os elevados níveis do déficit e dívida públicas e tranquilizar os mercados.
Nos últimos dias, socialistas, ecologistas e comunistas, aliados do LFI na coalizão Nova Frente Popular (NFP) que venceu as eleições, aceitaram reunir-se com o presidente em uma rodada de consultas sobre o futuro governo.
O LFI acusou os aliados de "trair" os eleitores. A extrema direita, apoio parlamentar de Barnier antes de sua queda, já solicitou uma reunião com o próximo premiê para indicar suas "linhas vermelhas".
Um possível governo que reúna a esquerda, com exceção do LFI, a aliança centro-direitista de Macron e o partido Os Republicanos (direita) conseguiria maioria absoluta e deixaria de depender do RN, mas sua formação se anuncia complexa.
Para além de seus programas políticos, os partidos estão concentrados nas eleições presidenciais de 2027, às quais Macron, cuja popularidade está em seu ponto mais baixo nas pesquisas desde que chegou ao poder em 2017, já não pode concorrer.
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