O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou, nesta segunda-feira (9), que alcançou um acordo técnico com o Equador sobre a primeira revisão de seu programa de crédito do Serviço Ampliado, que permitirá o desembolso de mais 500 milhões de dólares (R$ 3 bilhões) ao país sul-americano.

Em março, o FMI aprovou um novo programa no âmbito do Serviço Ampliado do Fundo (SAF), no valor de cerca de 4 bilhões de dólares (R$ 24,2 bilhões) por quatro anos, que permitiu um desembolso imediato de 1 bilhão de dólares (R$ 6 bilhões) para o Equador.

O desempenho do Equador no âmbito deste programa, que visa corrigir fraquezas financeiras estruturais em prazos longos, "tem sido sólido", afirmou o Fundo Monetário Internacional em um comunicado sobre o país, que enfrenta uma crise elétrica com apagões de até 14 horas por dia.

"Todas as metas quantitativas e indicativas estabelecidas para o final de agosto de 2024 para a primeira revisão do acordo do SAF foram cumpridas", estima Varapat Chensavasdijai, chefe da missão do FMI para o Equador, citado na nota.

"As autoridades fizeram progressos significativos na implementação de seu plano de reformas econômicas", acrescenta.

Segundo o representante do FMI, essas reformas "fortaleceram as posições fiscal e externa e facilitaram o acesso ao financiamento".

Chensavasdijai elogia os "importantes esforços" das autoridades "para gerenciar o custo da crise elétrica".

A pior seca em seis décadas tem afetado as hidrelétricas que atendem 70% da demanda, o fornecimento de água potável e a produção agrícola do Equador.

Os apagões causam perdas de 1,44 bilhão de dólares (R$ 8,72 bilhões, 1% do PIB), segundo associações empresariais, que calculam em 12 milhões de dólares (R$ 72,6 bilhões) o custo de cada hora sem energia elétrica.

As medidas do governo do presidente Daniel Noboa "estão ajudando a salvaguardar a dolarização, reforçar a estabilidade macroeconômica e financeira, fortalecer a sustentabilidade fiscal e proteger os grupos vulneráveis, e espera-se que promovam uma economia mais sólida e inclusiva", conclui o chefe da missão.

O FMI prevê um crescimento econômico de 0,3% para o Equador em 2024. O país sul-americano, mais otimista, estima que o crescimento será de 0,9%.

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