Mais de 75 ganhadores do Prêmio Nobel enviaram, nesta segunda-feira (9), uma carta aberta aos senadores americanos, na qual expressam sua oposição à nomeação de Robert Kennedy Jr. como secretário de Saúde dos Estados Unidos, em particular por sua "falta de experiência" e sua posição antivacinas.

"Em vista de seu histórico, pôr o senhor Kennedy à frente do Departamento de Saúde representaria um risco para a saúde pública", escreveram na carta os 77 prêmios Nobel de Medicina, Física, Química e Economia.

Entre os signatários está Drew Weissman, Nobel de Medicina em 2023 por seu trabalho no desenvolvimento das vacinas de RNA mensageiro, decisivas na luta contra a covid-19. 

Robert Kennedy Jr., sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy, fez campanha durante um tempo como candidato à Presidência antes de desistir da corrida presidencial e declarar apoio a Donald Trump. 

O republicano o recompensou, concedendo-lhe um ministério, mas esta nomeação deve ser submetida à votação no Senado, como determina a Constituição.

Ex-advogado de direito ambiental, sem formação científica, ele espalhou teorias conspiratórias sobre as vacinas contra a covid-19 e supostos vínculos entre a vacinação e o autismo, e pede que seja suspensa a adição de flúor à água encanada, apesar de ser considerado um grande êxito sanitário no combate às cáries.

"Além de sua falta de qualificação ou experiência relevante nos campos da medicina, da ciência, da saúde pública ou do governo, Kennedy se opôs a muitas vacinas que permitiram proteger a saúde e salvar vidas, como as do sarampo e da poliomielite", denunciam os signatários da carta.

"Instamos que votem contra a confirmação à sua nomeação como secretário da Saúde", pedem aos senadores.

Vários escolhidos de Donald Trump para sua futura administração geraram polêmica.

Foi o caso, por exemplo, de Pete Hegseth, ex-militar e apresentador da Fox News, escolhido para chefiar o Pentágono apesar das acusações de agressão sexual e consumo excessivo de álcool.

Matt Gaetz, sua primeira opção para o cargo de procurador-geral, foi obrigado a desistir após ser acusado de ter mantido relações sexuais com uma menor de idade.

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