Os ministros do Interior de Reino Unido, Alemanha, França, Países Baixos e Bélgica (o chamado Grupo de Calais) acordaram, nesta terça-feira (10), em Londres, suas prioridades para combater as redes de tráfico de migrantes.

Ao final desta reunião, os cinco países se comprometeram a adotar cinco ações prioritárias no próximo ano, com o objetivo de tentar conter as travessias ilegais do Canal da Mancha para o Reino Unido, informou, em um comunicado, o Ministério do Interior britânico.

Essas ações consistirão em organizar campanhas de conscientização nos países de origem para dissuadir os candidatos a emigrar, atacar conjuntamente os suprimentos de materiais para essas redes, combater o financiamento dessas redes, combater o uso das redes sociais por essas organizações para atrair imigrantes e reforçar a cooperação operacional entre os países no terreno.

A reunião ocorre no momento em que vários países europeus, incluindo o Reino Unido, Alemanha, Áustria, Suécia e Noruega, suspenderam a análise de solicitações de asilo de cidadãos sírios, após a queda do presidente Bashar al Assad.

Reino Unido e Alemanha assinaram, por sua vez, um plano de ação conjunto para combater as redes de tráfico de migrantes.

Esse plano deverá permitir "reforçar as capacidades operacionais das forças de segurança britânicas e alemãs" frente às redes de tráfico de migrantes, informou um comunicado do Ministério do Interior britânico.

A Alemanha "acordou em examinar se é necessário esclarecer mais as disposições penais contra os crimes relacionados ao tráfico de imigrantes realizados no nosso país" para as travessias do Canal da Mancha, informou, por sua vez, o Ministério do Interior alemão.

Cerca de 34 mil migrantes chegaram à costa britânica em barcos improvisados desde janeiro, e pelo menos 70 pessoas morreram em 2024, o ano mais mortal já registrado.

O embaixador alemão em Londres, Miguel Berger, destacou que o Brexit complicou a cooperação entre os países da União Europeia (UE) e o Reino Unido na luta contra a imigração irregular.

"Agora estamos tentando ver como podemos fortalecer novamente nossa cooperação", disse Berger à BBC.

A ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, celebrou o acordo, que ajudará a "colocar fim nas atividades desumanas das organizações criminosas de tráfico de imigrantes", reconhecendo que "muitos desses crimes são planejados na Alemanha".

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