O Irã aceitou aumentar o monitoramento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em troca de sua decisão de aumentar a taxa de produção de urânio altamente enriquecido, de acordo com um relatório confidencial da agência da ONU consultado pela AFP nesta sexta-feira (13).

O país anunciou no início de dezembro que começaria a alimentar novas centrífugas na unidade de Fordo (centro), “o que teria o efeito de longo prazo de aumentar a taxa de produção de urânio enriquecido para 60%”, disse a AIEA.

Espera-se que a produção atinja mais de 34 kg por mês, em comparação com 4,7 kg durante o último período de revisão.

Em vista dessas “mudanças”, a organização sediada em Viena, na Áustria, solicitou uma reavaliação de suas inspeções para garantir que “a instalação não esteja sendo usada para produzir urânio em um nível de enriquecimento maior do que o declarado e que não haja desvio de material nuclear declarado”.

“O Irã concordou com a solicitação da Agência para aumentar a frequência e a intensidade” de suas medidas de monitoramento, diz a AIEA nesse relatório.

O limite de 60% está próximo dos 90% necessários para fabricar uma arma nuclear.

O acordo assinado em Viena em 2015 entre o Irã e várias grandes potências, que agora está quase inoperante após o fracasso das negociações para reavivá-lo em 2022, limitou esse nível a 3,67%.

O Irã defende seu direito de desenvolver energia nuclear para fins civis, como a geração de eletricidade, mas nega querer construir uma bomba atômica.

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