A agência de classificação de risco Moody's anunciou, na noite desta sexta-feira (13), ter rebaixado a nota da dívida soberana da França para Aa3, com perspectiva estável, após meses de turbulência política e no mesmo dia da nomeação do centrista François Bayrou como primeiro-ministro.

A Moody's mencionou a "fragmentação política" da França como a razão para sua decisão, anunciada depois da queda do governo do premiê Michel Barnier por um voto de censura do Parlamento, depois de meses de disputa sobre um orçamento de austeridade.

No fim de outubro, a agência tinha atribuído uma perspectiva negativa à sua classificação anterior, Aa2, e emitiu um comunicado no dia da moção de censura contra Barnier, em 4 de dezembro, para indicar que este evento era "negativo" para a nota francesa.

A decisão desta sexta-feira "reflete nossa opinião de que as finanças públicas do país se fragilizarão consideravelmente nos próximos anos" devido à "fragmentação política que provavelmente impede uma consolidação fiscal significativa", indicou a Moody's.

O ministro da Economia e Fazenda, Antoine Armand, tomou nota imediatamente da decisão.

"A Moody's anunciou que altera a nota da França (...), assinalando os recentes acontecimentos legislativos e a incerteza resultante sobre a melhora das nossas finanças públicas. Tomo nota", afirmou Armand em um comunicado.

Ele acrescentou que "a nomeação [de] François Bayrou e a vontade reiterada de reduzir o déficit é uma resposta explícita a isso".

Em seu primeiro discurso após sua nomeação, Bayrou insistiu, nesta sexta, na necessidade de reduzir o déficit público e a dívida do país.

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