As negociações sobre a desertificação realizadas na COP16, conferência da ONU, na Arábia Saudita, terminaram sem um acordo vinculante para combater este fenômeno, indicaram participantes neste sábado (14).
"As partes precisam de mais tempo para chegar a um acordo sobre o melhor caminho a seguir", disse Ibrahim Thiaw, secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), que reúne 196 países, em seu discurso de encerramento.
A conferência, que começou em Riade no dia 2 de dezembro, terminou na manhã deste sábado, um dia depois do previsto, prorrogada pelas partes para tentar chegar a um acordo.
A nota à imprensa afirma que os países alcançaram "progressos significativos no estabelecimento das bases para um futuro regime mundial de combate à seca, que pretendem concluir na COP17 na Mongólia em 2026".
Segundo a ONU, as secas, "alimentadas pela destruição humana do ambiente", custam ao mundo mais de 300 bilhões de dólares (1,81 trilhão de reais) por ano e poderão afetar 75% da população mundial até 2050.
O delegado de um país africano afirmou que representantes de seu continente buscavam um protocolo que obrigasse os governos a instituírem planos para enfrentar as secas e a desertificação.
Dois outros participantes, que pediram anonimato, disseram à AFP que os países desenvolvidos não eram a favor do referido protocolo, mas defendiam um "marco" (regulatório), uma opção que os países africanos consideraram insuficiente.
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