O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta sexta-feira (13), que está "firme e forte", em uma mensagem nas redes sociais acompanhada de um vídeo em que aparece caminhando e sorrindo, após a cirurgia de emergência à qual foi submetido na terça-feira para drenar uma hemorragia intracraniana.
Estas foram as primeiras imagens públicas de Lula, de 79 anos, desde a segunda-feira, quando médicos detectaram a hemorragia perto do cérebro, resultante de uma queda sofrida há quase dois meses, quando bateu a cabeça em um acidente doméstico no Palácio da Alvorada, sua residência oficial, em Brasília.
Na terça-feira, um dia depois de ser transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde segue internado, foi operado com sucesso para evitar que o hematoma decorrente do impacto comprimisse o cérebro. Dois dias depois, foi submetido a uma intervenção complementar para minimizar o risco de novos sangramentos. Sua equipe médica afirma que ele se recupera bem.
"Peço que fiquem tranquilos. Estou firme e forte!", escreveu o presidente na mensagem desta sexta, que acompanha o vídeo, no qual agradeceu "por cada oração e palavra de conforto" recebidas.
Ele também disse que "em breve" estará "pronto para voltar para casa e seguir trabalhando e cuidando de cada família brasileira".
No vídeo, é possível ver Lula com um curativo na cabeça, vestindo roupa esportiva e tênis, conversando e rindo enquanto caminha ao lado do neurocirurgião Marcos Stavale.
O presidente "está neurologicamente perfeito, está ótimo", havia dito Stavale em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, após a intervenção complementar à cirurgia.
- Imagem de "tranquilidade" -
A primeira-dama, Rosângela 'Janja' da Silva, muito ativa nas comunicações presidenciais, publicou no Instagram duas fotos do casal sorrindo no Hospital Sírio-Libanês.
"Hoje o dia foi de muita emoção, alegria e de gratidão por caminhar ao seu lado. Tenho certeza que essa imagem também levou tranquilidade para todos que tanto se preocupam e tem carinho pelo presidente" escreveu Janja no texto que acompanha as imagens.
Lula, que se aproxima da metade de seu mandato e a dois anos das eleições presidenciais, passou a receber, nesta sexta-feira, "cuidados semi-intensivos", informou o hospital em um boletim médico.
Uma fonte da Presidência explicou à AFP que o presidente seguirá no mesmo quarto onde está, mas com um monitoramento "intervalado" e não sob controle permanente, como quando estava na terapia intensiva desde a terça-feira.
Espera-se que Lula tenha alta na segunda ou terça-feira próximas e retorne a Brasília, onde precisará de "repouso relativo por algumas semanas", segundo os médicos.
- "No exercício" do poder -
Em sua postagem mais cedo, o presidente deu sinais de que não pretende reduzir seu ritmo intenso no próximo ano: "2025 está chegando e temos muitos encontros pelo Brasil e pelo mundo".
"O amor que recebo me mantém sempre pronto para seguir", acrescentou nas redes sociais.
Apesar de continuar hospitalizado, Lula "está no exercício permanente da atividade da presidência da República", afirmou na quinta-feira o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A hemorragia que resultou em sua internação foi provocada por um acidente doméstico ocorrido em 19 de outubro, quando o presidente sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu com a parte de trás da cabeça.
Por causa da queda, ele precisou de sutura e passou por avaliações periódicas durante várias semanas.
Após o acidente, Lula cancelou uma viagem à Rússia, onde participaria da cúpula do Brics. No entanto, manteve seus compromissos no Brasil e, em 18 e 19 de novembro cumpriu uma agenda especialmente carregada como anfitrião da cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
O problema de saúde de Lula trouxe novamente à tona a questão de sua sucessão, sem nomes claros para substituí-lo como eventual candidato da esquerda nas eleições presidenciais de 2026.
O presidente disse em novembro que, caso não haja outro candidato, ele estaria "pronto" para concorrer, embora espere que "não seja necessário" e que haja uma "grande renovação política".
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