Equipes de resgate da Turquia começaram nesta segunda-feira (16) as buscas por pessoas que poderiam estar em celas subterrâneas da prisão síria de Sednaya, um dos lugares mais temidos do regime deposto de Bashar al Assad.

Os rebeldes sírios que tomaram o poder em 8 de dezembro, após uma ofensiva relâmpago, libertaram milhares de detentos, alguns deles desde os anos 1980, dessa prisão que a Anistia Internacional classificou de "matadouro humano".

Imagens de prisioneiros esqueléticos ou com o olhar perdido, alguns sustentados por outros presos porque estavam muito fracos para ficarem de pé, deram a volta ao mundo.

Depois, houve uma varredura no complexo penitenciário pelos socorristas sírios dos Capacetes Brancos, que anunciaram na terça-feira passada o fim das operações, sem encontrar mais detentos.

Mas a Agência Turca de Gestão de Desastres iniciou nesta segunda, "a pedido das autoridades sírias", novas buscas de possíveis calabouços subterrâneos, indicou à AFP o porta-voz dessa entidade, Kubilay Ozyurt, citado pela agência de notícias turca Anadolu.

Vão participar da operação 120 socorristas, que tentarão detectar com radares e equipamentos acústicos se há porões que ainda não foram descobertos.

Existem versões de que o complexo poderia ter vários níveis subterrâneos, mas a Associação de Detidos e Desaparecidos de Sednaya (ADMSP, na sigla em inglês) considera que são rumores infundados.

A ADMSP avalia em mais de 30 mil o número de pessoas executadas ou mortas sob tortura nessa prisão desde o início da guerra civil síria em 2011 até 2018.

Segundo essa associação, cerca de 4 mil pessoas foram libertadas pelos insurgentes.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), mais de 100 mil pessoas morreram em prisões e centros de detenção sírios desde 2011.

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