O governo sueco quer dar permissão à polícia para monitorar as ligações telefônicas e as comunicações eletrônicas de crianças menores de 15 anos, em uma tentativa de conter a violência das gangues, anunciou nesta quarta-feira (18).

A Suécia está enfrentando um aumento no número de ataques a tiros ligados a gangues que estão acertando contas sobre o controle do comércio de drogas.

Os criminosos geralmente são adolescentes, contratados como assassinos porque ainda não atingiram a idade mínima penal, fixada em 15 anos.

"Hoje, essas redes recrutam crianças de 10 e 11 anos de idade", disse o ministro da Justiça, Gunnar Strommer, em uma coletiva de imprensa em que revelou os resultados de uma investigação do governo sobre a vigilância de menores.

"Armas e explosivos são manuseados por crianças de 12 e 13 anos. Tiroteios e outros crimes violentos graves são frequentemente cometidos por jovens de 14 e 15 anos", acrescentou.

A medida propõe a alteração da lei para permitir que a polícia monitore as chamadas telefônicas e as comunicações eletrônicas de pessoas que ainda não atingiram a idade mínima penal, explicou Gunnel Lindberg, o especialista que conduziu o estudo.

No entanto, será necessário "um grau de suspeita maior do que o exigido para adultos" para realizar essas escutas, enfatizou.

Essa escuta é possível quando há uma investigação aberta de um crime punível com pelo menos quatro anos de prisão ou terrorismo, acrescentou.

Nos casos em que os suspeitos têm mais de 15 anos, a investigação deve estar relacionada a um crime punível com pelo menos dois anos de prisão.

Strommer disse que essa proposta estaria sujeita à análise de especialistas e autoridades competentes.

Em 2023, 53 pessoas foram mortas em ataques a tiros, que são cada vez mais frequentes em locais públicos.

jll/ef/zub/sag/mb/dd/am