Em um momento de dúvidas sobre o que Donald Trump fará em seu mandato, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu nesta quinta-feira de Bruxelas a unidade entre Europa e Estados Unidos para conter a Rússia e "salvar a Ucrânia".
"Temos que contar com a unidade entre Estados Unidos e Europa. É muito difícil apoiar a Ucrânia sem a ajuda americana e vamos falar sobre isso com o presidente (Donald) Trump quando ele estiver na Casa Branca", a partir de 20 de janeiro, declarou Zelensky.
Ao chegar a uma reunião de cúpula da União Europeia (UE) na capital da Bélgica, Zelensky insistiu que "somente juntos, Estados Unidos e Europa, podem realmente conter (Vladimir) Putin e salvar a Ucrânia".
Os líderes da UE participam nesta quinta-feira de uma reunião de cúpula para discutir dois grandes temas: a segurança da Ucrânia e a relação com as novas autoridades da Síria, após a queda de Bashar al-Assad em 8 de dezembro.
Este é o último encontro de cúpula entre os governantes da UE antes do retorno de Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro.
Na noite de quarta-feira, Zelensky jantou em Bruxelas com o secretário-geral da Otan e com vários líderes da UE, evento em que abordou o conflito com a Rússia.
Durante o encontro informal, "falamos sobre aumentar com urgência o apoio militar e econômico à Ucrânia", escreveu na rede social X o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
Trump insinuou que seu novo governo pode cortar a ajuda financeira e militar à Ucrânia. Ele defende abertamente um acordo entre ucranianos e russos para acabar rapidamente com o conflito iniciado com a invasão russa em fevereiro de 2022.
A ideia de negociações de paz com a Rússia era descartada pelo governo de Zelensky, mas as pressões aumentaram nas capitais europeias por um fim do conflito, além das dúvidas a respeito do comportamento de Trump.
As pressões aumentaram tanto que vários países do bloco agora cogitam enviar tropas à Ucrânia para garantir o cumprimento de um eventual cessar-fogo.
Zelensky teve uma reunião bilateral na quarta-feira com o presidente da França, Emmanuel Macron, e ambos conversaram sobre o tema.
"Continuamos trabalhando na iniciativa do presidente Macron sobre a presença de forças na Ucrânia que poderiam contribuir para estabilizar o caminho para a paz", tuitou Zelensky.
Macron não estará presente na reunião de cúpula desta quinta-feira. O francês viajou para a ilha de Mayotte, no Índico, devastada por um ciclone.
Contudo, fontes diplomáticas insistem que a prioridade da cúpula é explorar opções sobre como reforçar a posição da Ucrânia diante de uma possível negociação de paz, para que o país não seja obrigado a fazer muitas concessões a Moscou.
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