O refugiado saudita suspeito de ter atropelado dezenas de pessoas com um carro em um mercado de Natal em Magdeburgo pode ter atuado por "insatisfação" com o tratamento dispensado na Alemanha aos demandantes de asilo de seu país, afirmou neste sábado (21) o promotor responsável pelo caso.

A investigação está em curso, mas "ao que parece, o pano de fundo do crime (...) pode ser a insatisfação com a forma como os refugiados sauditas são tratados na Alemanha", afirmou o promotor Horst Walter Nopens ao ser questionado sobre as motivações do ataque de sexta-feira que deixou cinco mortos e mais de 200 feridos.

O suspeito havia denunciado em agosto em sua conta na rede social X "os crimes cometidos pela Alemanha contra os refugiados sauditas e a obstrução da justiça, pouco importa a quantidade de evidências que apresentemos" nos processos de pedido de asilo. 

O promotor informou que o suposto autor do atentado permanecerá em prisão preventiva.

Os mortos são quatro adultos e uma criança de 9 anos, informaram os investigadores. Quase 40 pessoas ficaram gravemente feridas, o que significa que o número de mortos pode aumentar.

A tragédia aconteceu na sexta-feira por volta das 19H00 locais (15H00 de Brasília), quando um automóvel BMW invadiu o mercado de Natal, atropelando a multidão ao longo de quase 400 metros.

O suspeito do ataque é um "islamofóbico", afirmou neste sábado a ministra alemã do Interior, Nancy Faeser.

Segundo a imprensa alemã, o suposto autor do atentado militou pelos direitos das mulheres sauditas, se descreveu como "ateu" e defendeu nas redes sociais ideias de extrema direita próximas às do partido Alternativa para a Alemanha (AfD).

Em uma ocasião, ele declarou que se considerava perseguido por denunciar os "perigos" da islamização da Alemanha.

"É importante que permaneçamos unidos como país e que conversemos entre nós", declarou o chefe de Governo, Olaf Scholz, que prometeu atuar "contra aqueles que querem semear o ódio".

bur/fz/giv/js/sag/fp