O índice de desemprego manteve-se em queda no Brasil e fixou-se em 6,1% entre setembro e novembro, o nível mais baixo em 12 anos, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira (27). 

"O ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais", explicou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citada em nota. 

Esta é a oitava queda consecutiva na taxa de desemprego no país, cujo índice começou a ser calculado em trimestres móveis pelo IBGE em 2012.

No trimestre agosto-outubro já havia sido registrada uma redução recorde na série estatística, situando-se em 6,2%. 

O número de pessoas procurando trabalho entre setembro e novembro foi de 6,8 milhões, ou seja, 1,4 milhão a menos que no mesmo período do ano passado. 

A taxa de desemprego caiu 1,4 ponto percentual em um ano e a população ativa atingiu 103,9 milhões de pessoas, um novo recorde.

A parte desta população ativa que trabalha no setor informal registrou uma ligeira diminuição para 38,7%, contra 39,2% no período setembro-novembro de 2023. 

A queda contínua do desemprego é uma boa notícia para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, confrontado com a desconfiança dos mercados em sua capacidade de respeitar o equilíbrio orçamentário. 

Nas últimas semanas, o real desvalorizou acentuadamente após o anúncio de um pacote de cortes de gastos públicos considerado insuficiente pelo setor empresarial. 

"Ainda temos enormes desafios pela frente. Mas o Brasil tem hoje uma economia forte, que continua a crescer", disse Lula durante um discurso transmitido pela televisão na segunda-feira. 

A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre e caminha para fechar o ano com crescimento superior a 3% do Produto Interno Bruto. 

A renda média mensal dos trabalhadores brasileiros aumentou para 3.285 reais durante o período de setembro a novembro, ou seja, 3,4% a mais em um ano. 

No entanto, esse aumento ficou bem abaixo da inflação, de 4,87% interanual em novembro, acima da meta entre 1,5% e 4,5% estimada pelo Banco Central do Brasil (BCB) e pelo governo. 

No dia 11 de dezembro, o BCB elevou sua taxa básica de juros em um ponto, para 12,25%, uma das mais altas do mundo, devido a pressões inflacionárias ligadas ao dinamismo do mercado de trabalho, entre outros fatores. 

lg/val/lbc/jc/aa