A presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, uma política pró-Ocidente, afirmou nesta segunda-feira (2) que a mobilização pró-UE não apresenta sinais de interrupção no país do Cáucaso, abalado por manifestações diárias contra o governo.

"Mais uma noite impressionante de georgianos defendendo com firmeza sua Constituição e sua escolha europeia", escreveu na rede social X, na qual compartilhou imagens das manifestações.

"A determinação nas ruas não mostra sinais de parar!", completou a presidente, que tem poderes limitados.

O partido Sonho Georgiano, no poder desde 2012 e acusado pelos críticos de guinada autoritária pró-Rússia, decidiu na semana passada adiar para 2028 as negociações de adesão à União Europeia (UE), o que provocou grandes protestos, apesar de ter insistido que mantém o desejo de ver o país no bloco até é 2030.

No domingo, pela quarta noite consecutiva, os manifestantes se reuniram, exibiram bandeiras europeias e cantaram o hino nacional na capital, Tbilisi, e em outras cidades.

A polícia usou jatos de água e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, que respondeu com sinalizadores contra as forças de segurança.

O Ministério do Interior informou nesta segunda-feira que 21 policiais foram feridos nos protestos e distúrbios de domingo.

Desde o início das manifestações, 224 pessoas foram detidas, segundo o ministério. 

A Geórgia é cenário de uma crise política desde que o Sonho Georgiano proclamou sua vitória nas eleições legislativas do final de outubro.

A oposição e a presidente Salome Zurabishvili denunciam fraude na votação, mas o primeiro-ministro, Irakli Kobajidze, descartou a convocação de novas eleições.

"Claro que não", respondeu aos jornalistas que o questionaram sobre o tema.

A Geórgia obteve o status de país candidato a integrar a UE em dezembro de 2023, mas o processo foi congelado por Bruxelas, que acusa o Executivo georgiano de adotar medidas que prejudicam a democracia.

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