O presidente da França, Emmanuel Macron, rechaçou nesta terça-feira (3) os chamados para que renuncie e os tachou de "ficção política", um dia antes da votação de duas moções de censura apresentadas contra o governo do primeiro-ministro conservador Michel Barnier.

"Não faz sentido [...] francamente, não é correto dizer essas coisas", afirmou o chefe de Estado de centro-direita durante uma visita à Arábia Saudita.

"A razão pela qual estou diante de vocês é que fui eleito duas vezes pelo povo francês. Tenho muito orgulho disso e honrarei esta confiança com toda a energia que me corresponde até o último segundo para ser útil ao país", acrescentou.

Sua declaração chega um dia antes de os deputados franceses votarem duas moções de censura apresentadas por esquerda e extrema direita contra o governo.

Exceto por uma mudança de última hora, a moção de censura apresentada pela coalizão de esquerda da Nova Frente Popular (NFP) deve ser aprovada com o apoio da extrema direita do Reagrupamento Nacional (RN).

Macron acusou o RN de "cinismo insuportável" por apoiar a moção e disse que não acreditava na "votação de uma censura" do Executivo que tem apenas três meses no poder.

A segunda maior economia da União Europeia está mergulhada em uma crise política desde que Macron decidiu, em junho, antecipar as eleições legislativas previstas para 2027, que resultaram em um Parlamento sem maiorias claras.

Nos últimos dias, Barnier multiplicou as concessões ao RN, o partido com mais deputados no Parlamento, para evitar que apoiasse a moção de censura da esquerda. 

O presidente também disse que "não se deve assustar as pessoas", referindo-se aos riscos de uma crise financeira caso o governo de Barnier caia.

"Não se deve assustar as pessoas com essas coisas, temos uma economia forte", frisou. "A França é um país rico, sólido, que realizou muitas reformas e as mantém, que conta com instituições estáveis e uma Constituição estável", apontou.

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