Rússia e Ucrânia anunciaram nesta quarta-feira (4) que seus respectivos ministros de Relações Exteriores estarão presentes em uma reunião da OSCE em Malta nesta quinta, um dos poucos eventos internacionais em que coincidem funcionários do alto escalão dos dois países.

Segundo a diplomacia russa, Sergei Lavrov -- alvo de sanções europeias -- estará em Malta na quinta e na sexta-feira para este encontro da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em sua primeira viagem a um país da União Europeia desde o início da ofensiva russa contra a Ucrânia em fevereiro de 2022.

Kiev, que pediu a suspensão da Rússia da OSCE, também anunciou que seu chanceler, Andrii Sybiha, estará presente na quinta-feira em Malta.

A diplomacia ucraniana, que não comentou a presença de Lavrov, detalhou em comunicado que Sybiha estará na ilha mediterrânea nesta quarta e quinta-feira, onde discursará na sessão plenária e se reunirá com representantes de "países parceiros".

"Os temas-chave de [seu] discurso e das conversas serão a agressão russa contra a Ucrânia, suas implicações em matéria de segurança no âmbito da OSCE e fora dela, e a necessidade de uma paz global", destacou.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, anunciou anteriormente que Lavrov e uma delegação russa participariam da reunião do Conselho Ministerial da OSCE em Malta.

A maioria dos 57 Estados-membros da organização denunciou a operação militar russa contra a Ucrânia e financia sua resistência contra o Exército russo.

A OSCE foi criada na época da Guerra Fria como uma plataforma de diálogo entre Leste e Oeste.

A visita de Lavrov acontece em um momento de enorme especulação sobre o início de um possível processo de paz na Ucrânia e a um mês e meio do retorno de Donald Trump à Casa Branca, que faz Kiev temer o fim da ajuda americana.

Em Malta "não haverá reunião" com Lavrov, sustentou o titular da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, que acusa Moscou de "violar claramente" as regras da OSCE.

"A questão é saber se a Rússia, como país agressor, deve continuar participando de organizações" como a OSCE, acrescentou o polonês.

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