Os rebeldes liderados por grupos islamistas derrubaram neste domingo (8) o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, com uma ofensiva relâmpago, um momento de mudança para o país, devastado por uma guerra civil.

Confira algumas reações da comunidade internacional:

- ONU: "esperança cautelosa" -

O enviado da ONU para a Síria chamou a tomada do poder pelos rebeldes de um "ponto de virada" em um país devastado por 14 anos de guerra civil.

"Esperamos, com esperança cautelosa, o início de um novo (capítulo): de paz, reconciliação, dignidade e inclusão para todos os sírios", disse o emissário Geir Pedersen.

- China: "estabilidade" - 

O governo chinês "acompanha de perto o desenvolvimento da situação na Síria e espera que a Síria volte à estabilidade o mais rápido possível", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

- UE: queda de Assad é "positiva" -

"O fim da ditadura de Assad é um acontecimento positivo e muito esperado. Também mostra a fragilidade dos patrocinadores de Assad, Rússia e Irã", declarou na rede social X a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas.

- Irã "diálogo político" -

Diplomatas do Irã, país aliado de Bashar al-Assad, supostamente abandonaram a embaixada em Damasco antes que a representação fosse atacada por "indivíduos desconhecidos" neste domingo, informou a televisão estatal iraniana.

No sábado, o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, exigiu um "diálogo político" entre o governo sírio e os grupos da oposição.

- Turquia: "país mergulhado no caos" -

O chanceler turco, Hakan Fidan, afirmou que a queda do regime de Assad não foi repentina, e sim o resultado da guerra civil.

"Isto não aconteceu em uma noite. Nos últimos 13 anos, o país está mergulhado no caos", disse Fidan.

- Israel: cai "elo central do eixo do mal" -

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou a derrubada de Bashar al-Assad na Síria como um "dia histórico no (...) Oriente Médio" e a queda de um "elo central do eixo do mal" dirigido pelo Irã.

- Emirados Árabes Unidos: "trabalhem juntos" - 

O governo dos Emirados Árabes Unidos pediu aos sírios que colaborem para evitar uma espiral de caos.

"Esperamos que os sírios trabalhem juntos, que não observemos outro episódio de caos iminente", afirmou o conselheiro presidencial Anwar Gargash.

- França: "momento de união" -

Ao celebrar o fim do regime de Assad, a França fez um apelo para que os sírios "rejeitem qualquer forma de extremismo".

"O regime (de Bashar al-Assad) nunca parou de colocar os sírios uns contra os outros e a Síria está fraturada e fragmentada, chegou o momento de união", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Christophe Lemoine, que pediu uma transição política pacífica.

- Alemanha: "proteção total para as minorias" -

"Agora, o país não deve cair nas mãos de outros radicais, independente da forma que tiverem", disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.

Baerbock pediu "proteção total para as minorias étnicas e religiosas, como os curdos, alauitas ou cristãos", e um regime político inclusivo.

- Espanha: solução "pacífica" -

A Espanha apoiará "que qualquer solução para o futuro da Síria seja uma solução pacífica (...) em benefício do povo sírio, que de alguma forma proporcione uma nova estabilidade ao Oriente Médio e não mais instabilidade", disse o chanceler espanhol, José Manuel Albares.

- Reino Unido: caiu um "regime selvagem" - 

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou em um comunicado que "o povo da Síria sofreu sob o regime selvagem de Assad por muito tempo" e que o Reino Unido celebra sua queda.

"Nosso objetivo agora é garantir que prevaleça uma solução política, e que a paz e a estabilidade sejam restauradas", acrescentou Starmer, que pediu proteção para "civis e minorias".

- Trump: "Rússia não estava mais interessada em proteger" Assad - 

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, atribuiu a queda de Assad à perda de apoio por parte da Rússia. 

"Assad foi embora", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social. "Seu protetor, Rússia, Rússia, Rússia, liderada por Vladimir Putin, não estava mais interessado em protegê-lo". 

O comentário foi feito depois que o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Sean Savett, afirmou em um comunicado que o presidente Joe Biden acompanhava de perto os "acontecimentos extraordinários" na Síria e que estava em contato com aliados regionais.

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