Os países da Europa Ocidental que sofreram a menor mortalidade relacionada à covid-19 foram aqueles que implementaram restrições sanitárias mais rapidamente, com o caso especial da Suécia, que se saiu bem sem essas medidas restritivas, conclui um estudo publicado nesta segunda-feira (9).

Conduzido por pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, e publicado na revista BMC Global and Public Health, o estudo comparou a situação em 13 países da Europa Ocidental entre 2020 e 2022, durante o pico da epidemia de covid-19.

Os pesquisadores mediram o excesso de mortalidade, ou seja, o excesso de mortes em comparação com as esperadas em condições normais.

Embora estudos semelhantes já tenham sido realizados em um número maior de países, o interessante dessa análise é que ela identifica os fatores que influenciaram a mortalidade em países desenvolvidos com sistemas de saúde de desempenho globalmente comparável.

Os autores destacam dois fatores principais: “rápida implementação de vacinas entre os mais vulneráveis”, especialmente os idosos a partir de 2021, e, antes disso, durante o início da epidemia na primavera de 2020, “implementação precoce de intervenções não farmacêuticas”.

Este último termo se refere principalmente às restrições sanitárias aplicadas na maioria dos países em face da covid-19, em particular os confinamentos rigorosos no início de 2020.

Os países que lidaram melhor com o primeiro estágio da epidemia foram aqueles que impuseram restrições antes que seus hospitais ficassem sobrecarregados, como a Noruega.

Em contrapartida, o Reino Unido, que levou mais tempo para implementar restrições, teve de longe a maior mortalidade nos primeiros meses da epidemia. Outros países, como a França, foram medianos.

Um caso particular é a Suécia, cuja abordagem foi controversa.

A Suécia implementou restrições leves desde o início, mas evitou o confinamento total.

Nos primeiros meses da epidemia, a mortalidade na Suécia aumentou gradualmente, superando claramente a de seus vizinhos escandinavos, Dinamarca e Noruega. No entanto, esta última teve um aumento significativo na mortalidade no final de 2021 e início de 2022, enquanto a Suécia foi menos afetada.

Em conclusão, esses três países, juntamente com a Irlanda, são os que melhor lidaram com a pandemia no período de 2020-2022.

No outro extremo, a Itália, seguida pela Bélgica e pelo Reino Unido, foram os mais severamente afetados.

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