A mobilização de tropas israelenses na zona de contenção no limite do planalto das Colinas de Golã anexado por Israel "constitui uma violação" do acordo de retirada de 1974 entre Israel e Síria, afirmou um porta-voz das Nações Unidas nesta segunda-feira (9).
A força de manutenção da paz da ONU destacada nas Colinas de Golã na Síria, conhecida como UNDOF, "informou a seus homólogos israelenses que estas ações constituiriam uma violação do acordo de retirada de 1974", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Dujarric indicou que as forças israelenses que entraram na região ainda estavam presentes em "pelo menos três lugares".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou no domingo que havia ordenado o Exército a "tomar" a zona desmilitarizada na parte controlada pela Síria das Colinas de Golã depois que os rebeldes expulsaram do poder o presidente sírio Bashar al-Assad.
Desde 1967, a maior parte do planalto das Colinas de Golã é ocupada por Israel, que mais tarde a anexou em uma medida não reconhecida pela maioria da comunidade internacional.
Em 1974, foi estabelecida uma zona de separação entre os territórios ocupados por Israel e os territórios sírios, e ali se instalaram as forças de paz da ONU.
Em meio à queda de Assad, Israel anunciou uma mobilização de tropas nas Colinas de Golã, citando "a possível entrada de indivíduos armados na zona de separação".
"Não deve haver forças nem atividades militares na zona de separação", apontou Dujarric.
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