As negociações de paz na Ucrânia podem "começar neste inverno", declarou nesta terça-feira (10) o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, antes de Varsóvia assumir a presidência rotativa da União Europeia (UE) em janeiro.

Com vistas a essas negociações, o presidente francês Emmanuel Macron viajará à Polônia na quinta-feira para comunicar os resultados da reunião que teve com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, e com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, informou o primeiro-ministro polonês.

“Nossa presidência será particularmente corresponsável pelo que será o cenário político e talvez sobre como será a situação durante as negociações (de paz) — sobre as quais ainda existem algumas questões — que podem começar em janeiro deste ano”, declarou Tusk à imprensa.

Segundo Tusk, o presidente francês "quer compartilhar conosco os resultados das discussões" que tiveram em Paris entre Macron, Trump e Zelensky, durante um encontro que ele classificou como "breve, mas importante", à margem da reabertura da catedral de Notre-Dame no sábado.    

O presidente Zelensky afirmou no domingo, após a reunião em Paris, que quer uma paz "justa e duradoura" com a Rússia.

Trump declarou que, quando assumir o governo dos Estados Unidos, no próximo dia 20 de janeiro, "provavelmente" reduzirá a ajuda militar à Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa há quase três anos.

Zelensky declarou que a Ucrânia precisa de uma paz "que os russos não sejam capazes de destruir em alguns anos".

Trump criticou abertamente a ajuda militar que os Estados Unidos fornecem a Kiev e afirmou que poderia pôr fim ao conflito em 24 horas, sem detalhar como.

Zelensky se opôs firmemente a qualquer concessão para terminar o conflito, mas nos últimos meses suavizou sua postura diante das dificuldades do exército ucraniano na linha de frente e dos indícios de cansaço que poderiam levar à redução da ajuda das potências ocidentais.

Em suas últimas declarações, Zelensky divulgou números sobre as perdas durante o conflito, algo que geralmente evita, e indicou que 43.000 soldados ucranianos morreram e outros 370.000 ficaram feridos desde o início do conflito.

As estimativas de diversas fontes projetam que ambos os lados sofreram grandes perdas e que os números reais são superiores aos reportados.  

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