A ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015) assumiu, nesta quarta-feira (11), a liderança do Partido Justicialista, força peronista e principal oposição ao governo do ultraliberal Javier Milei, a quem criticou durante seu discurso de posse.

"O partido deve formar, informar, planejar, divulgar e organizar: são as cinco missões fundamentais que deve cumprir", declarou Kirchner diante de um auditório lotado de dirigentes peronistas em Buenos Aires.

Kirchner criticou as medidas econômicas de Milei, acusou-o de "não ter um modelo produtivo" e descreveu o discurso que o presidente fez na terça-feira por seu primeiro ano de mandato como "desconectado da realidade".

A ex-presidente foi condenada por corrupção a seis anos de prisão e foi inabilitada para exercer cargos públicos. Ela apelou da decisão à Suprema Corte de Justiça.

Kirchner assumiu formalmente a presidência do partido nesta quarta-feira, mas já havia sido eleita para o cargo em novembro, dias depois de a única lista concorrente nas eleições internas do Partido Justicialista ter sido invalidada pela justiça.

Kirchner é uma ferrenha opositora às políticas de Milei de ajuste do gasto público e desregulamentação da economia, que estão sendo realizadas em uma Argentina em recessão, com 52,9% da população abaixo da linha da pobreza e uma inflação interanual de 166%.

A Argentina realizará em 2025 eleições legislativas.

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