Um grupo de australianas iniciou um processo contra as empresas Rio Tinto e BHP por discriminação e assédio sexual generalizados quando trabalhavam nas gigantes do setor de mineração.
Dois casos separados foram apresentados na quarta-feira (11) em um tribunal australiano em representação das mulheres, que trabalharam nos últimos 20 anos para as mineradoras.
"As ações judiciais darão voz a estas mulheres, incluindo muitas que estavam com medo de falar pelo receio de perder o emprego ou de enfrentar represálias no trabalho", disse o advogado Joshua Aylward.
"Ouvimos denúncias de todo tipo, desde toques indesejados e assédio sexual até estupros, violência e ameaças físicas, assim como discriminação por gênero ou por gravidez", afirmou.
BHP e Rio Tinto não comentaram especificamente o conteúdo dos processos.
A principal demandante contra a empresa anglo-australiana Rio Tinto disse que recebeu "mensagens não solicitadas, vídeos e fotos de conteúdo sexual explícito" quando trabalhava como guarda de segurança.
A mulher, que pediu para não ter a identidade revelada por medo de represálias, disse que não recebeu promoções na carreira depois que reclamou do assédio.
A principal demandante no caso contra a mineradora australiana BHP, que também pediu anonimato, afirma que foi submetida a uma torrente de mensagens sexuais e depreciativas.
Um porta-voz da BHP comentou que na empresa "não há lugar" para assédio sexual.
"Estamos comprometidos a fornecer um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos", afirmou a empresa à AFP.
"Lamentamos profundamente e pedimos desculpas sem reservas a qualquer pessoa que tenha sofrido alguma forma de assédio na BHP", acrescentou.
A Rio Tinto declarou ao canal de televisão ABC que não tolera "qualquer forma de assédio sexual ou assédio baseado em sexo".
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