O prefeito democrata de Nova York, Eric Adams, recebeu, nesta quinta-feira (12), em meio a críticas, o futuro "czar" de fronteiras de Donald Trump, Tom Homan, que prometeu deportar milhões de imigrantes sem documentos dos Estados Unidos.
A reunião gera temores de que as associações que defendem os migrantes na maior cidade do país sejam obrigadas a apertar os cintos.
Durante uma coletiva de imprensa que se seguiu à reunião com Homan, Adams afirmou que continuará "protegendo os direitos dos imigrantes que trabalham duro".
Mas, "não seremos um refúgio seguro para quem comete crimes violentos", disse o prefeito, eleito em 2021, proveniente da ala à direita do Partido Democrata.
Visivelmente incomodado, Adams, cuja popularidade despencou desde sua posse e foi acusado de corrupção, culpou os jornalistas de "distorcer" suas palavras no início da coletiva de imprensa.
"Temos o mesmo desejo [juntamente com Homan] de perseguir quem comete atos violentos", insistiu Adams, ao ser questionado sobre o fato de que o plano de Trump ia muito além da deportação de imigrantes ilegais condenados por crimes violentos.
Grupos de defesa dos direitos dos imigrantes e membros da ala à esquerda do Partido Democrata se manifestaram contra a reunião em frente à Prefeitura.
Um deles, o interventor municipal Brad Lander, qualificou de "repugnante que o prefeito da maior cidade de imigrantes que o mundo conheceu, lar da Estátua da Liberdade, se reúna hoje com o czar xenófobo de Donald Trump encarregado das fronteiras".
Nova York, com uma população de 8,5 milhões de habitantes, mais de 30% nascidos fora dos Estados Unidos, abriga cerca de 500 mil imigrantes sem documentos, potencialmente na alça de mira do novo governo Trump, segundo estimativas.
A megalópole vive desde a primavera boreal de 2022 uma afluência de migrantes sem precedentes, com 200 mil novas chegadas a partir da fronteira com o México, o que pôs à prova sua capacidade de acolhida.
Durante meses, a cidade requisitou com urgência dezenas de hotéis e criou centros de acolhida para abrigar os migrantes. Esta semana, Adams anunciou que em breve fechará um enorme camping, símbolo desta crise migratória, instalado em um antigo aeroporto nos arredores da cidade.
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