O líder da oposição da Coreia do Sul pediu, nesta sexta-feira (13), aos deputados do partido governista do presidente Yoon Suk Yeol que apoiassem uma segunda moção de desconfiança contra o presidente por “atos insurrecionais” após a fracassada declaração da lei marcial.

A Coreia do Sul está em meio a uma grave crise política depois que Yoon declarou a lei marcial e ordenou que soldados fossem enviados ao Parlamento entre 3 e 4 de dezembro, como parte de uma disputa orçamentária com a oposição.

Horas depois, ele recuou sob pressão do Parlamento e de protestos nas ruas.

Nesta sexta-feira, o líder da oposição, Lee Jae-myung, pediu aos legisladores governistas que apoiassem o impeachment.

“O que os legisladores devem proteger não é Yoon ou o Partido do Poder Popular (PPP), que está no poder, mas as vidas das pessoas que protestam nas ruas geladas”, disse Lee, que lidera o Partido Democrático. “A história se lembrará da escolha que eles fizeram.”

A oposição votou em uma moção de desconfiança em 7 de dezembro, mas apenas dois deputados do PPP de Yoon apoiaram o impeachment. O restante do partido governista se ausentou, permitindo que o líder conservador permanecesse no poder.

A votação está marcada para sábado, às 16h00 (3 da manhã em Brasília), e precisa de 200 votos a favor na câmara de 300 assentos para ir adiante.

A oposição, que tem 192 cadeiras, precisa obter o apoio de oito parlamentares do partido governista para que a moção seja aprovada.

A oposição vem negociando nos bastidores há uma semana para dar forma à segunda moção, e o laço se apertou em torno do presidente, que enfrenta uma investigação de “rebelião” e está proibido de deixar o país.

Yoon, cuja popularidade caiu para 11%, de acordo com as pesquisas, declarou em um discurso televisionado na quinta-feira que lutará “até o último minuto”.

O líder governista do PPP, Han Dong-hoon, pediu a seus deputados que participassem do debate e votassem “de acordo com suas convicções e consciência”.

Yoon, 63 anos, justificou a declaração da lei marcial pela ameaça das “forças comunistas da Coreia do Norte” e para “eliminar elementos antiestatais” no país, uma democracia recente com um passado traumático.

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