Um tribunal ucraniano condenou, nesta sexta-feira (13), uma mulher a 14 anos de prisão por colaborar com agências de inteligência russas ao escrever relatórios falsos que buscavam justificar a invasão de Moscou.
Desde a invasão em fevereiro de 2022, a Ucrânia acusou milhares de pessoas de colaborar com a Rússia em casos que incluem o fornecimento de detalhes militares aos militares russos ou o trabalho para autoridades instaladas por Moscou em territórios ocupados.
Também prendeu vários acusados de serem espiões russos e de prejudicar a segurança ucraniana.
Os promotores ucranianos alegaram que a mulher, “após receber instruções de supervisores russos”, escreveu uma carta destinada a ser usada pelo representante da Rússia nas Nações Unidas para “justificar a agressão militar à Rússia”.
“A acusada escreveu que o povo da Ucrânia apoia a chamada operação especial da Federação Russa na Ucrânia, que saques, assassinatos e roubos haviam começado na Ucrânia e que os políticos estavam oficialmente pedindo para 'matar russos'”, disse o escritório da promotoria de Kiev em um comunicado.
A carta foi lida posteriormente na ONU por Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia, e apresentada por Moscou como justificativa para o lançamento de sua ofensiva.
Na época, a Rússia alegou que buscava proteger os russos étnicos e os falantes de russo que viviam na Ucrânia, além de “desmilitarizar” e “desnazificar” o país.
A Ucrânia e o Ocidente rejeitam repetidamente essas afirmações de Moscou como infundadas, qualificando a invasão russa como uma guerra de agressão imperialista descarada.
A mulher, cidadã ucraniana e diretora de uma ONG de direitos humanos, foi condenada a 14 anos por crimes de "traição" relacionados a essas acusações, segundo informaram os promotores nesta sexta-feira.
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