A empresa de consultoria empresarial americana McKinsey aceitou pagar 650 milhões de dólares (3,92 bilhões) em um acordo com o governo dos Estados Unidos para evitar um processo criminal por seu papel na crise dos opioides.

De acordo com o acordo registrado nesta sexta-feira (13) perante um tribunal da Virgínia (leste), a consultoria ficará sob vigilância por cinco anos por ter contribuído para a crise ao oferecer consultoria a grupos farmacêuticos como a Purdue Pharma, fabricante do analgésico OxyContin.

O documento especifica que a McKinsey já recebeu mais de 1 bilhão dólares (R$ 6 bilhões) em vários acordos extrajudiciais desde 2019, dos quais mais de 640 milhões (R$ 3,86 bilhões) correspondem aos 50 estados.

O grupo também foi multado pela SEC, o órgão regulador do mercado de ações, por falhas em seus controles internos.

Consultada pela AFP, a empresa ainda não respondeu.

A McKinsey aconselhou a Purdue Pharma a ajudar a impulsionar suas vendas de OxyContin, afirmou o estado de Nova York em uma ação judicial. Em particular, recomendou focar nas dosagens elevadas, consideradas as mais lucrativas, mas também as mais viciantes.

O excesso de prescrição deste medicamento é considerado o estopim da crise dos opioides nos Estados Unidos.

De acordo com dados dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças (CDC), mais de 700.000 pessoas morreram entre 1999 e 2022 por overdose de opioides, obtidos com receita médica ou ilegalmente.

Pela primeira vez desde 2018, o número de mortes relacionadas ao consumo de opioides (principalmente o fentanil) diminuiu em 2023 nos Estados Unidos, para 81.083 óbitos. 

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