O Ministério Público venezuelano anunciou nesta segunda-feira (16) a libertação de outras 179 pessoas que foram detidas durante os protestos contra a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, somando um total de 533 solturas entre mais de 2.400 prisões.

"O Ministério Público informa ao país que, entre os dias 10 e 14 de dezembro, solicitou, e foram acordadas pelo Poder Judiciário, 179 revisões de medidas a processados após os atos de violência ocorridos após a celebração das eleições presidenciais no dia 28 de julho", informou o órgão em um comunicado.

"Essas libertações se somam às 354 medidas solicitadas e acordadas anteriormente, totalizando 533, realizadas no âmbito do devido processo garantido pela Constituição", acrescentou.

A ONG Foro Penal, dedicada à defesa de "presos políticos", disse à AFP que está "verificando" a informação. Um de seus diretores, Gonzalo Himiob, precisou que a organização confirmou a libertação de 328 pessoas desde o início do processo de revisão dos casos.

Mais de 2.400 pessoas foram detidas nas horas seguintes à proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos, a qual gerou protestos que resultaram em 28 mortes e quase 200 feridos. Os detidos, entre os quais há mais de uma centena de adolescentes, foram acusados de "terrorismo" e levados a prisões de segurança máxima.

Muitos foram detidos sem mandado de prisão, enquanto crescem as denúncias de maus-tratos e torturas.

Dois dos detidos - um homem de 44 anos e outro de 36 - morreram sob custódia das autoridades. Também foram registradas tentativas de suicídio.

A oposição liderada por María Corina Machado afirma que seu candidato, Edmundo González, ganhou a eleição contra Maduro, cuja vitória foi contestada pelos Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.

No entanto, a capacidade de mobilização da oposição perdeu força em meio a um clima generalizado de medo.

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