Reino Unido, França e Alemanha acusaram, nesta terça-feira (17), o Irã de aumentar suas reservas de urânio altamente enriquecido a "níveis sem precedentes", sem "nenhuma justificativa civil crível". 

Os três países, conhecidos como o E3, emitiram uma declaração antes da reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o programa nuclear iraniano, pedindo para que Teerã "reverta sua escalada nuclear".

O Irã aumentou sua produção de urânio enriquecido a tal ponto que é o único estado sem armas nucleares a possuir esse elemento com 60% de pureza, informou o órgão de controle nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O nível necessário para fabricar uma bomba atômica é de 90%.

"As reservas de urânio altamente enriquecido do Irã também alcançaram níveis sem precedentes, novamente sem nenhuma justificativa civil crível. Isso dá ao Irã a capacidade de produzir rapidamente material fissionável suficiente para várias armas nucleares", denunciaram os três países em uma declaração.

Na semana passada, Berlim, Londres e Paris levantaram a possibilidade de utilizar um mecanismo presente no histórico acordo de 2015 sobre o programa nuclear do Irã, o qual permite aos signatários reimpor as sanções que haviam sido relaxadas.

O acordo foi assinado pelo Irã, de um lado, e pela França, Alemanha, Reino Unido, China, Rússia e Estados Unidos, do outro, mas em 2018, o então presidente americano, Donald Trump, retirou Washington do pacto e reinstituiu as sanções de seu país contra o Irã. 

Em represália, Teerã aumentou sua produção de urânio enriquecido para 60%.

O Irã argumenta que tem direito à energia nuclear para fins pacíficos e nega constantemente qualquer ambição de desenvolver armamento.  

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