Os preços do petróleo recuaram nesta terça-feira (17), com a reação dos investidores às negociações de uma possível trégua na Faixa de Gaza, a dados econômicos desanimadores da China e à perspectiva de excedentes persistentes no mercado.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em fevereiro caiu 0,97%, fechando em 73,19 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, para janeiro, baixou 0,89% e fechou em 70,08 dólares.
O grupo islamista palestino Hamas declarou nesta terça que as conversas no Catar para um acordo de trégua e libertação de reféns em Gaza eram "sérias e positivas".
Segundo uma fonte próxima às negociações, uma delegação israelense chegou a Doha na segunda-feira para se reunir com mediadores, mas Israel não confirmou a informação.
Os Estados Unidos expressaram "otimismo cauteloso" e "realismo" em relação à possibilidade de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
"Cada vez que o mercado recebe notícias positivas sobre um possível cessar-fogo, isso exerce uma pressão e baixa os preços", afirmou Phil Flynn, da Price Futures Group.
O início da semana apagou parte dos ganhos obtidos na anterior, quando o petróleo subiu devido a anúncios de novas ou potenciais sanções às exportações da Rússia e do Irã.
Por outro lado, as vendas no varejo na China, maior importador mundial de petróleo, cresceram apenas 3% em um ano até novembro, indicou na segunda a agência nacional de estatísticas. É uma desaceleração significativa em relação aos 4,8% registrados em outubro.
Além disso, de acordo com Stephen Schork, do Schork Group, "tudo indica que o mercado está bem abastecido em relação à demanda atual, de modo que não há verdadeiros fatores fundamentais".
Um relatório da Agência Internacional de Energia, publicado na última quinta-feira, aponta "um excedente de oferta de 950 mil barris por dia em 2025", podendo alcançar "1,4 milhão de barris por dia" caso a Opep+ volte a liberar parte de suas reservas no mercado a partir de abril.
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