Após meses de negociações, o governo espanhol assinou nesta sexta-feira (20) um acordo com os sindicatos para reduzir a jornada de trabalho de 40 para 37,5 horas semanais, mas sem o apoio dos empresários e com o risco de o Parlamento rejeitar a reforma.

"Hoje, mais uma vez, estamos escrevendo uma nova página no livro das grandes conquistas trabalhistas de nosso país", disse a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, responsável por comandar a reforma, após assinar o acordo com os dois principais sindicatos de trabalhadores, CCOO e UGT.

A ministra integra o partido de extrema esquerda Sumar, aliado do Partido Socialista do primeiro-ministro Pedro Sánchez. 

No programa de governo conjunto, Sumar e Partido Socialista se comprometeram a reduzir a semana de trabalho de 40 horas para 37,5 horas, com uma primeira fase de 38,5 horas, sem redução do salário. 

A redução, a primeira desde 1983, afetará quase 12 milhões de trabalhadores do setor privado — os do setor público já são beneficiados por uma semana de trabalho de 37,5 horas.

O acordo assinado nesta sexta-feira com os sindicatos CCOO e UGT, no entanto, não recebeu o apoio dos empregadores, que abandonaram a mesa de negociações em novembro porque consideraram que suas reivindicações não eram levadas em consideração pelo Executivo. 

O acordo deve ser aprovado pelos deputados antes de entrar em vigor. Contudo, o projeto enfrenta a oposição de vários aliados do governo no Congresso, incluindo o Partido Nacionalista Basco (PNV) e a legenda independentista catalã 'Junts per Catalunya' (JxCat).

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