A Justiça francesa condenou, nesta sexta-feira (20), a 16 anos de prisão dois amigos do assassino do professor Samuel Paty, que foi decapitado por um islamista radicalizado perto de seu centro de ensino em 2020.

O tribunal condenou a 16 anos Naïm Boudaoud e Azim Epsirkhanov por cumplicidade no assassinato e os autores da "campanha de ódio" contra o professor, Brahim Chnina e Abdelhakim Sefrioui, a 13 e 15 anos de prisão, respectivamente.

A morte de Paty, professor de História e Geografia, chocou a França. Abdoullakh Anzorov o decapitou em 16 de outubro de 2020 perto da escola onde ele lecionava, em Conflans-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris, antes que a polícia o neutralizasse.

Na véspera do ataque, Anzorov e seus dois amigos viajaram a Rouen, no oeste da França, para comprar a faca que usou para decapitar o professor de 47 anos e que foi encontrada na cena do crime. Boudaoud também o levou em um carro até o centro educativo. 

Anzorov, um refugiado russo de origem chechena de 18 anos, reprovava Paty por ter exibido caricaturas do profeta Maomé, publicadas pela revista satírica Charlie Hebdo, em uma aula sobre liberdade de expressão.

Chnina, de 52 anos, publicou várias mensagens nas redes sociais e um vídeo contra o professor, depois que sua filha, aluna do centro de ensino, mentiu para ele ao assegurar que Paty discriminou os estudantes muçulmanos naquele dia.

Em outro vídeo, o pregador islamista Abdelhakim Sefrioui também classificou de "delinquente" o professor e, junto com Chnina, compareceu ao centro de ensino oito dias antes do assassinato, embora ambos tenham negado qualquer "intenção terrorista".

Por esses fatos, um tribunal de menores condenou em dezembro de 2023 a penas de até seis meses de prisão seis estudantes do ensino médio. Cinco por vigiar o entorno do centro e indicar a Anzorov quem era Paty, e a filha de Chnina por calúnia.

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