O Supremo Tribunal espanhol convocou, nesta segunda-feira (13), o procurador-geral do Estado, Álvaro García Ortiz, a se apresentar em 29 de janeiro como investigado no caso de um suposto vazamento de documentos, um dos processos que envolvem o presidente do Governo, Pedro Sánchez.
García Ortiz deve se apresentar ao juiz Ángel Hurtado, que analisa o caso sobre vazamento de segredos do companheiro da presidente da região de Madri, a conservadora Isabel Díaz Ayuso.
Hurtado acredita que, com base em elementos preliminares, "há indícios para presumir a participação relevante" do procurador-geral "neste vazamento", explicou o tribunal em um comunicado.
Em outubro, o Supremo Tribunal anunciou a abertura de uma investigação contra o procurador-geral, um fato inédito na história judicial espanhola, em meio a suspeitas de que pode ter promovido a divulgação.
A investigação surgiu após a publicação na imprensa do conteúdo do rascunho de um acordo entre o Ministério Público e o empresário Alberto González Amador, namorado de Ayuso, figura do Partido Popular (direita) muito crítica ao governo do socialista Pedro Sánchez.
González Amador está sendo investigado por suposta fraude fiscal nos anos de 2020 e 2021, quando uma de suas empresas prestava serviços de saúde e multiplicou sua renda durante a pandemia de covid-19.
Líder da ala linha dura do PP, Ayuso defendeu seu companheiro e denunciou uma perseguição "selvagem" dos "poderes do Estado".
A presidente de Madri acusa a comitiva de Sánchez, em conluio com o procurador-geral — escolhido pelo Governo — de estar por trás do vazamento sobre seu namorado.
Este caso levou à renúncia do líder socialista da região de Madri, Juan Lobato, forçado a deixar o cargo após imputar os fatos a uma assessora do Palácio do Moncloa.
A intimação de García Ortiz ocorre enquanto Sánchez é cercado por uma série de investigações judiciais sobre pessoas próximas a ele, como sua esposa Begoña Gómez e seu irmão mais novo David Sánchez, produtor de espetáculos em Badajoz, sudoeste do país.
David Sánchez foi interrogado na sexta-feira sobre as condições de seu emprego, mas negou qualquer irregularidade.
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