O primeiro-ministro da Groenlândia afirmou, nesta segunda-feira (13), que a ilha, localizada próximo ao Ártico e um território autônomo dinamarquês, está aberta a estreitar laços com os Estados Unidos, principalmente em áreas onde há recursos minerais inexplorados, informou uma emissora local.
O premiê Mute Egede indicou, no entanto, que a Groenlândia não está disposta a fazer parte dos Estados Unidos.
O presidente americano eleito, Donald Trump, gerou apreensão na semana passada ao não descartar o uso da força para se apossar da Groenlândia.
O futuro vice-presidente, JD Vance, esclareceu no fim de semana, em declarações à Fox News, que os Estados Unidos não precisam "usar a força militar" e lembrou que seu país já tem "tropas na Groenlândia".
Washington possui uma base militar no noroeste da ilha, que tem mais de dois milhões de km² e é coberta por gelo em 80% de sua extensão.
O primeiro-ministro groenlandês enfatizou nesta segunda-feira que o território está aberto a estreitar seus vínculos com os Estados Unidos, informou a emissora pública groenlandesa KNR.
"Precisamos fazer negócios com os Estados Unidos. Começamos a dialogar e procurar oportunidades de cooperação com Trump", declarou Egede.
O chefe do governo groenlandês acrescentou que o território está com as "portas abertas para a mineração". "Será o mesmo nos próximos anos. Temos que fazer comércio com os Estados Unidos", enfatizou ele à KNR.
Trump, que assumirá em 20 de janeiro, expressou em 2019, durante seu primeiro mandato, que queria comprar a ilha, uma oferta que provocou indignação na Groenlândia e na Dinamarca.
Além de sua posição estratégica, a Groenlândia, que aspira se tornar independente da Dinamarca, possui enormes reservas minerais e de petróleo inexploradas, embora a exploração de petróleo e urânio seja proibida.
Egede disse na quinta-feira, durante uma visita à Dinamarca, que a Groenlândia está "entrando em uma nova era, em um novo ano, no qual está no centro do mundo".
O premiê também afirmou que a ilha, com 57 mil habitantes, continuará cooperando com os Estados Unidos, mas em seus próprios termos, e que "o povo groenlandês" será quem "decidirá seu futuro".
"Não queremos ser dinamarqueses. Não queremos ser americanos. Queremos ser groenlandeses, é claro", declarou.
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