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Choque de helicóptero e avião: sistema anticolisão não evitou acidente
É a primeira vez que sistema não evita acidente aéreo nos Estados Unidos. Dois aviões russos com o mesmo sistema já colidiram na Alemanha
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Siga noBELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - Aeronaves comerciais de grande porte dos Estados Unidos são obrigadas a ter uma tecnologia conhecida como TCAS (Sistema de Alerta de Tráfego e Prevenção de Colisões) desde 1993. Ainda assim, o sistema não impediu o acidente ocorrido nessa quarta-feira (29/1) em Washington. As informações são do Washington Post.
Aeronaves com o sistema se comunicam automaticamente entre si por meio de transponders. O TCAS é projetado para detectar outras aeronaves em um raio de aproximadamente 19 km. Esses transponders transmitem a posição do avião no ar, mas cabe aos pilotos tomar a decisão.
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Quando dois aviões se aproximam entre si, o TCAS exibe a posição de cada aeronave. O sistema envia um alerta quando projeta que eles estão de 30 a 60 segundos de um impacto. Se a trajetória de colisão persistir, entre 15 e 30 segundos antes do impacto, o sistema emitirá um novo aviso.
Os EUA nunca haviam registrado uma colisão no ar entre uma aeronave equipada com TCAS e outra com um transponder funcionando desde que o sistema se tornou obrigatório. A informação foi transmitida ao Washington Post pelo líder do grupo de transporte e resiliência no Lincoln Laboratory do MIT, Wesley Olson.
Entretanto, acidentes com o sistema já foram registrados pelo mundo. Em 2002, um cargueiro e um avião de passageiros russo, ambos com TCAS, colidiram na Alemanha, vitimando 71 pessoas. Investigações apontaram que um controlador aéreo instruiu o avião russo a descer, enquanto a orientação do TCAS, que se comunicava com o cargueiro, era subir. Os pilotos do avião de passageiros ignoraram a orientação do TCAS.
TCAS no acidente em Washington
Helicópteros militares, como o Black Hawk, envolvido no acidente, geralmente não são equipados com o TCAS. Entretanto, eles possuem transponders que podem se comunicar com aeronaves que possuem o sistema, como é o caso do avião da American Eagles.
No entanto, é improvável que o TCAS da aeronave comercial tenha alertado a tripulação sobre a colisão com o helicóptero. Isso porque o TCAS não é projetado para enviar alertas em baixa altitude. Caso a aeronave estivesse abaixo de 500 pés, o sistema provavelmente não emitiria um alerta, de acordo com manuais técnicos e especialistas consultados pelo Washington Post.
Segundo Olson, o TCAS não emite alertas em baixas altitudes para não distrair a tripulação. Além disso, os controladores de tráfego aéreo auxiliam nessas ocasiões, para garantir que os voos não entrem em conflito. "Você quer que os pilotos se concentrem no pouso."
Relembre o acidente
Um avião comercial da American Airlines e um helicóptero Black Hawk do Exército dos EUA caíram, na noite dessa quarta-feira (29/1), no rio Potomac após uma colisão aérea perto do Aeroporto Nacional Reagan, em Washington DC. O avião transportava 60 passageiros e quatro tripulantes de Wichita, Kansas (ICT) para o Aeroporto Nacional Washington Reagan (DCA). No helicóptero militar, três soldados estavam a bordo.
Todos os ocupantes das duas aeronaves morreram. 41 dos 67 corpos já foram resgatados do rio Potomac, segundo Vito Maggiolo, porta-voz do departamento de incêndio e emergência de Washington.
Entre os passageiros do avião, estavam dois russos ex-campeões mundiais de patinação. O Kremlin confirmou que os treinadores de patinação no gelo Yevgenia Shishkova e Vadim Naumov estavam a bordo, além de uma equipe do país.
Helicóptero Black Hawk realizava treinamento. O Exército dos EUA confirmou o envolvimento da aeronave no acidente, além de afirmar que está colaborando com "as autoridades e forneceremos informações adicionais". A agência de notícias Associated Press divulgou que o helicóptero fazia um treinamento no momento da colisão.
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Duas caixas-pretas do avião foram recuperadas nessa quinta-feira (30/1). Os investigadores encontraram o gravador de voz da cabine do piloto e o registrador de dados de voo. Os equipamentos serão analisados pelo órgão responsável pela investigação, o NTSB (Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA, em tradução livre), informaram fontes anônimas às emissoras CBS News e ABC News. Ainda não há informações sobre a recuperação da caixa-preta do helicóptero.