O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, saudou nesta terça-feira (14) algumas das declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre o conflito com a Ucrânia, mas disse que estava esperando que ele formulasse sua “posição” final.

“Quando o presidente Trump, assim que se tornar presidente, formular sua posição sobre a questão ucraniana, é claro que vamos estudá-la”, disse Lavrov em uma coletiva de imprensa.

Mas o ministro das Relações Exteriores da Rússia já estava satisfeito com alguns comentários emitidos pelo republicano.

“O simples fato de as pessoas terem começado a mencionar mais as realidades no terreno é algo que provavelmente merece ser aplaudido”, disse Lavrov.

A Rússia expressou sua disposição de negociar um acordo para pôr fim ao conflito na Ucrânia, desde que as conversas levem em conta as “realidades locais”.

Essa é uma forma de dizer que a Rússia, em uma posição de força na linha de frente, não tem intenção de devolver os quase 20% do território de seu vizinho que foram tomados em quase três anos de conflito.

Há semanas se especula sobre os termos de possíveis negociações de paz, especialmente após o retorno de Trump à Casa Branca em 20 de janeiro, quando ele prometeu pôr um fim rápido ao conflito, sem dizer como.

Lavrov reiterou que o presidente russo, Vladimir Putin, está aberto a se reunir com Trump, mas ressaltou que a Rússia espera “iniciativas concretas”.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia também elogiou as recentes declarações de Trump sobre o desejo da Ucrânia de ingressar na Otan.

Em comentários feitos na semana passada, o republicano acusou o presidente dos EUA, Joe Biden, de ter aberto as portas da Aliança Atlântica para Kiev e sugeriu que isso ajudou a desencadear a ofensiva russa lançada contra a Ucrânia em fevereiro de 2022.

Na verdade, os países membros da Otan prometeram à Ucrânia em 2008 que um dia ela se tornaria membro da Aliança.

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