Os custos extras de segurança nos jogos considerados como de alto risco na Alemanha terão que ser coberto pelos clubes, decidiu nesta terça-feira (14) o Tribunal Constitucional do país.
"Os custos adicionais das operações policiais não devem ser pagos pelos contribuintes como um todo, mas pelos beneficiários financeiros das operações policiais", disse o presidente da mais alta corte alemã, Stephan Harbarth.
A decisão "diz respeito apenas a manifestações que criam um custo adicional significativo para a polícia", acrescenta o Tribunal.
A Liga Alemã de Futebol (DFL) se envolveu em uma polêmica com as autoridades regionais do estado de Bremen (norte), que haviam cobrado 425 mil euros (R$ 2,6 milhões na cotação atual) em 2015 pela segurança do clássico entre Werder Bremen e Hamburgo.
Um valor que se somou a outras cobranças correspondentes a outros jogos de alto risco, para um total que ultrapassa os 3 milhões de euros (R$ 18,7 milhões). O Werder Bremen teve que pagar metade à DFL, com o pagamento da outra metade sendo adiado.
A DFL recorreu e sofreu várias derrotas em diferentes instâncias na justiça, até a decisão do Tribunal Constitucional.
"Para nós é decepcionante, evidentemente, mas temos que acatar", disse o advogado da DBL, Bernd Hoefer, citado em comunicado.
"Consideramos que não é justo que o futebol tenha que arcar também com os custos suplementares ligados à segurança no espaço público, sobre os quais não tem nenhuma influência", indicou, por sua vez, a Federação Alemã de Futebol (DFB).
A cada temporada, 50 jogos da primeira e da segunda divisões da Alemanha são classificados como de alto risco. Em cada um deles, entre 1.000 e 1.500 policiais são mobilizados para evitar incidentes.
Além da disputa entre a cidade-estado de Bremen e a DFL, a decisão do Tribunal Constitucional Alemão pode ter repercussões globais, ao incentivar os executivos regionais dos outros 15 estados a exigir que os clubes assumam a responsabilidade pelos custos de segurança.
Por enquanto, o presidente do Werder Bremen, Tarek Brauer, pediu "solidariedade" ao futebol profissional considerando que seu clube "não deve ser o único a pagar o preço".
Mas o presidente do conselho de supervisão da DFL, Hans-Joachim Watzke, descartou a possibilidade de os clubes dos estados nos quais os custos extras não são de sua responsabilidade contribuam para um fundo comum.
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