
Reviravolta? Enfermeira condenada à prisão perpétua pode ser inocentada
A Comissão de Revisão de Casos Criminais do Reino Unido (CCRC) poderá reavaliar a condenação, permitindo um eventual novo julgamento
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Siga noA enfermeira Lucy Letby, de 35 anos, condenada 15 vezes à prisão perpétua, foi considerada culpada em agosto de 2023 pelo assassinato de sete bebês e pela tentativa de matar outros sete entre 2015 e 2016. O caso aconteceu no hospital Condessa Chester, em Liverpool, na Inglaterra. No entanto, após uma análise minuciosa das informações apresentadas durante o julgamento, o comitê médico defende que ela pode ser inocente por não haver indícios de que os recém-nascidos foram assassinados.
Segundo o jornal "The Guardian", um relatório de 31 páginas, feito por um grupo de 14 especialistas médicos, foi apresentado pelo atual advogado de Lucy, Mark McDonald. No conteúdo, os especialistas dizem que há "uma evidência esmagadora de que a condenação não é segura", uma vez que não foram encontradas provas do crime.
O material apontou causas distintas de morte para quatro dos sete bebês pelos quais a enfermeira foi condenada por assassinar, alegando que a precariedade nos cuidados contribuiu para cada morte.
O presidente do comitê, o neonatologista Dr. Shoo Lee, declarou que “em todos os casos, a morte ou os ferimentos foram de causas naturais ou apenas por cuidados médicos inadequados” e afirmou que a equipe encontrou “muitos problemas com o atendimento médico”.
As suspeitas contra Letby, que sempre estava de plantão quando as mortes aconteciam, só vieram a público meses após as perdas - que ocorreram de 2015 a 2016 -, quando os médicos, alarmados pelo alto número de mortes na unidade neonatal ao longo de 18 meses, recorreram à polícia.
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Os policiais encontraram documentos e anotações médicas sobre as crianças mortas na casa da acusada durante as investigações. Além disso, a equipe descobriu que ela pesquisou sobre as famílias das vítimas nas redes sociais e escreveu uma carta em que afirma ser uma pessoa cruel por ter se sentido sobrecarregada.
Em um trecho da carta, diz: "Eu os matei de propósito porque não sou boa o suficiente para cuidar deles. Sou uma pessoa horrível e má".
A Comissão de Revisão de Casos Criminais do Reino Unido (CCRC) - que já acompanha o caso por conta da crescente repercussão mundial devido à especulação de erro judiciário - poderá reavaliar a condenação, permitindo um eventual novo julgamento.
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Em depoimento, a condenada afirmou que nunca tentou machucar as crianças, alegando que o hospital tinha condições “inseguras” de higiene e que os médicos da instituição conspiravam contra ela.